Hospitais?
01-04-2016 - Henrique Pratas
Apesar do que vou escrever parecer um contrassenso não o é, as pessoas devem evitar deslocar-se aos Hospitais para se tratarem, e isto porquê, como devem ter lido são nestes locais que supostamente deveriam servir para as pessoas se tratarem, são os locais onde mais pessoas morrem com infeções, muito estranho não é, mas é verdade de acordo com a informação prestada por organismos competentes. Isto só pode acontecer porque não existe ou não se pratica a limpeza e desinfestação necessária para que os vírus que cada um de nós transporta quando se encontra enfermo se transfiram e se instalem rapidamente nestas Unidades de Saúde.
Ontem dei conta que num Hospital não existiam suturas para os doentes logo este Hospital está impedido de realizar intervenções cirúrgicas, não bastando isto tive também conhecimento que o tempo que o tempo que têm para poder esterilizar os blocos operatórios dos Hospitais é mínimo ou simplesmente não existe, era suposto que estes locais estivessem perfeitamente desinfetados e em condições de receber doentes para serem intervencionados aos males de que padecem e não saíssem de lá com mais infeções do que aquelas que entraram. Também relativamente a esterilização dos materiais cirúrgicos deixa muito a desejar, cortou-se em tudo o que era despesa e o resultado está há vista morrem mais pessoas nos Hospitais com infeções do que em acidentes de viação, o que se está a passar é impensável.
A propósito do que vos acabei de escrever, vou partilhar o que aconteceu com um familiar meu que viria a falecer no Hospital Beatriz Ângelo, no dia 10 de março do corrente ano, queria saber o estado de saúde do meu familiar e se não sabem ficam a saber só se pode ligar para lá a partir das 10 horas da manhã para saber do estado de saúde dos nossos familiares, nesse dia comecei por ligarlogo às 10 horas para o atendimento geral esperei cerca de 40 minutos que me atendessem o telefone, quando me atenderam passaram para o piso 3 onde estava o meu familiar e aí ninguém se dignou a atender o telefone dado que os enfermeiros, que eu vi a conhecer e a saber são pessoas muito importantes, mas lá voltaremos. Como não sou de ficar parado liguei para a Administração do Hospital e pedi de forma delicada que me transferissem a chamada o piso em que o meu familiar se encontrava, a senhora foi muito simpática, mas não passou disso, transferiu-me a chamada e nada de novo outra vez, já em ponto de rebuçado liguei para os Recursos Humanos, pensei eu que trabalhavam lá PESSOAS, mas não, levei logo uma recusa pois não podiam transferir chamadas daquele serviço.
Como não sou de desistir às primeiras voltei a insistir e depois de ouvir não sei quantas vezes a gravação “ a sua chamada vai ser atendida por um assistente, por favor aguarde”, ouvi isto vezes sem conta até que as chamadas caiam ao fim de 40 minutos de espera e como quem espera desespera insisti, já não me lembro porque via consegui, mas recordo-me que cheguei à fala com alguém e que me transferiu a chamada como eu desejava para me inteirar do estado de saúde do meu familiar e agora desta vez com sucesso porque me entenderam do piso onde ele estava, tive sorte.
Atenderam-me e eu perguntei quem falava, prontamente me responderam que falava o enfermeiro Ricardo, eu que me identifiquei como Henrique Pratas, que é o meu nome perguntei-lhe logo se enfermeiro fazia parte do nome, a coisa começou mal e continuou mal quando lhe perguntei como é que estava o meu familiar, aí recebi a resposta que não podiam dar informações clinicas, de imediato lhe perguntei o que é que ele lá estava a fazer se não era o interlocutor entre o médico e o paciente o que é estava lá a fazer e fui mais longe questionei-o se ele tinha pai e coloquei-lhe a questão se o pai dele estivesse internado gostava que lhe respondessem da maneira que me respondeu, a abelhinha calou-se e refugiou-se nas instruções que tinha recebido só os médicos é que podem dar informações clinicas e que o horário de atendimento era entre as 12h e as 14 horas. Percebi logo que não iria conseguir nada teria que dar outra volta como fiz porque se fosse pela via que o menino me estava a dar coisa que já tínhamos tentado, também não iria conseguir nada porque os médicos não estão disponíveis naquele horário, um dos dias só conseguimos falar com o médico às 18 horas, ora isto é impraticável e não se compadece da angústia de quem tem alguém internado e está numa angústia e que de facto quer saber do estado de saúde de que quem está internado. Não sei se só neste Hospital, mas nos outros também, instalou-se um clima de lei da rolha, hermeticamente fechado e não se consegue saber nada, será que é para esconder as fragilidades hospitalares que são muitas.
O meu familiar viria a falecer no dia 11 de março de 2016, antes de entrar de novo para o bloco operatório, pois entenderam os médicos que seria conveniente que lhe retirassem a cavilha que lhe tinha colocado no fémur que tinha fraturado ao cair. As infeções que lhe provocaram as diferentes bactérias atingiram-no letalmente. Ainda falei com o médico que o ia intervencionar e questionei-lhe qual eram em termos técnicos as probabilidades de sucesso na cirurgia. Como ele me disse que existiam possibilidades de sucesso eu aí disse-lhe que nem que houvesse apenas 1% de probabilidades iriamos até ao fim, não chegou a ser necessário porque o estado imunológico dele era extremamente frágil e já não aguentou até entrar de novo no Bloco Operatório, as infeções eram muitas e as defesas poucas.
Não vão aos hospitais só em último caso e se por força das circunstâncias tiverem que ir precavenham-se bem com as infeções generalizadas que se instalaram nos Hospitais, porque entram lá com uma doença e são capazes de saírem com outras ou na pior das hipóteses saem mas não é pelos vossos meios próprios.
Isto tudo herdámos do anterior Governo que a única medida que primou por aplicar foram os cortes cegos, para mim a Saúde e a Educação são setores onde deveríamos ter investido forte e feio, mas os “inteligentes” acharam o contrário e agora a generalidade da população corre sérios riscos ao deslocar-se a um HOSPITAL, que deveria ser um local onde se tratavam as doenças dos pacientes e não um MATADOURO, como em certos casos são.
Para culminar esta minha “aventura”, pedi o livro de reclamações e lavrei o meu protesto enquanto cidadão deste País, fi-lo não pelo meu familiar mas sim por todos nós que possamos cair nesta teia.
Nunca ninguém esteve bem num Hospital e agora muito menos. Ao que nós chegámos.
Henrique Pratas
Voltar |