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Hospital Beatriz Ângelo – Incompetência

04-03-2016 - Henrique Pratas

Caríssimos leitores o tempo para escrever não tem sido muito, por razões de ordem profissional e familiar, apesar disso entendo que devo partilhar convosco a reclamação que fiz e que se encontra no Portal da Queixa, para que fiquem alerta para determinados factos.

“Ex. Mos. Senhores,

Os médicos e os enfermeiros que têm assistido o meu sogro, de nome António Lopes da Guia, que foi intervencionado, na sequência de uma queda onde fraturou o fémur foi "despachado" para casa. Passado alguns dias de estar em casa num sábado, quando fomos lá a casa ele já se encontrava num estado de coma, por causa dos valores do diabetes que quando chamámos o 112 e o avaliaram estavam em 630, tudo isto resultou do trato pouco ou nada cuidado que foi dado ao meu sogro, nós na primeira vez que ele entrou aí tivemos o cuidado de levar a medicação de que ele estava a fazer, informámos que era portador de Alzheimer, que só tinha um rim e que tinha diabetes, como um dos medicamentos que toma para controlar a doença de Alzheimer custa a módica quantia de 200,00 € pediram-nos para levar o medicamento porque na Farmácia do Hospital não havia, prontamente levámos o medicamento. Como é do vosso conhecimento e da primeira vez que ele esteve aí para ser intervencionado à fratura que fez no fémur, como sabiam que é diabético e dado que existe um protocolo para que a todos os doentes que entrassem com estas características lhes fosse administrado insulina, nada mais errado relativamente à situação do meu sogro. Face ao acontecimento que ocorreu e porque ele fez uma infeção na zona em que foi operado e o médico que lhe prescreveu a medicação para ele tomar em casa prescreveu-lhe um antibiótico de pouco efeito em caso de infeção. Não me irei repetir mas por causa disso o meu sogro teve que voltar de novo ao Hospital com uma infeção na zona onde tinha fraturado o fémur acompanhado de uma descompensação em termos de glicémia perfeitamente inusitada. Relativamente à infeção teve que ir ao bloco operatório, abrir a incisão e limpar tudo muito bem limpo e pôr um dreno, relativamente à diabetes insulina para cima. Acresce que passado todo este tempo e sem conseguirmos falar com nenhum dos médicos que o acompanhasse diariamente, o que o intervencionou inicialmente foi de férias e o que o intervencionou da 2ª vez mostrou-se disponível antes de abrir a cicatriz para ver onde estava o foco de infeção mas daí para cá nunca mais conseguimos falar com ninguém. As enfermeiras (os) afirmam que são os médicos que decidem, para falar com os médicos existe um horário que não é cumprido pelos médicos, a minha mulher e filha do meu sogro teve que esperar até as 18 horas para que o médico pudesse arranjar uns minutos com ela. Tudo isto se me afigura como surrealista porque em meu entender num Hospital é suposto tratarem-se PESSOAS com dignidade pois encontram-se numa situação de fragilidade, mas não os enfermeiros não podem dar informações clinicas, com os médicos é impossível falar, não seria normal que o médico viesse falar com os familiares do doente após a 1ª cirurgia e a 2ª intervenção que teve que ser feita para limpar a infeção que se instalou, a vossa maneira de funcionar não posso de considerar de normal é tudo menos isso os médicos e as (os) enfermeiros estão a lidar com objetos e não PESSOAS, esse Hospital é simplesmente vergonhoso a forma como funciona. Para culminar toda esta situação não é que hoje dia 25 de fevereiro de 2016, pelas 12 horas um médico pelo telefone, comunica à enfermeira que o meu sogro tem alta, eu ao apresentar esta reclamação ainda não quero acreditar que isto aconteceu porque como devem saber basta ir à sua ficha clinica e vêm que ele tem uma consulta de ortopedia na próxima 2ª feira, às 16 horas, será que os médicos e enfermeiros inteligentes, não vêm isto então mandam uma PESSOA, para casa, com a respeitável idade de 85 anos, que ainda está algaliada hoje para voltar ao Hospital na 2ª feira dia 29 de fevereiro de 2016 pelas 16 horas que vão derrapar para as 20 horas. Será que essa Instituição, sabe que está a lidar com PESSOAS ou a educação que tiveram é para exercer funções noutra área que não nessa, tanto quanto sei isso não é nenhum matadouro. Termino fazendo alusão ao nome que deram a esse Hospital, se Beatriz Ângelo fosse viva decerto não gostaria de ver o seu nome associado a esse organismo a que chamam de Hospital, se não sabem quem foi a pessoa e o que fez que dá o nome a esse Hospital vão à procura porque eu não tenho paciência para explicar. Fiquem certos que lhes será imputada toda a responsabilidade que foi cometida pelos chamados "profissionais" de saúde, por mera incompetência e desleixo, não é assim que se tratam pessoas.”

Depois da minha reclamação os médicos e oso enfermeiros não param de visitar o meu sogro, não à fome que não dê em fartura, tudo isto porque eu escrevi estas simples linhas e quem não tem ninguém fica votado ao abandono. Há que informar os profissionais de Saúde que nos Hospitais e Centros de Saúde se tratam pessoas e não objetos e que estas devem ser tratadas com o mínimo de dignidade.

Depois do programa que passou na televisão onde a farmacêutica que representa a Ordem dos Enfermeiros, disse que já se tinha cometido eutanásia injetando nos pacientes, fiquei a pensar no caso do meu familiar e ocorre-me uma questão ele que é diabético há alguns anos nunca tomou insulina porque os médicos assim o aconselharam, pediram-lhe apenas que controlasse o nível de glicémia no sangue e que tomasse cuidado com o que comia e ele sempre o fez desta maneira e nunca fez nenhuma crise como a que vos descrevi. Penso e repenso e independentemente de me terem informado que existe um protocolo (preto+colo) celebrado pelo Ministério da Saúde em que cada uma das pessoas que entrem num Hospital e que apresentam níveis de glicémia fora dos parâmetros normais é-lhes dado insulina, como sabem a partir do momento que esta é administrada causa dependência ou na pior das hipóteses, tenho que a colocar e por via da informação que foi dada no referido programa de televisão é uma forma de praticar eutanásia sem que ninguém se aperceba o que está a acontecer. Sou levado a pensar tudo isto porque uma das enfermeiras com quem falámos voltou-se para a minha mulher e disse-lhe o que é que a senhora está à espera o seu pai já tem 85 anos eu não ouvi isto mas se tivesse obviamente que levava a resposta adequada.

Fiquei extremamente preocupado porque o conceito de Humanidade, desapareceu ou se existe está escondido em apenas alguns concidadãos que como eu não nos vamos calando, mas questiono, se isto é com um familiar meu como é que vai ser comigo, com os meus amigos e com todos aqueles que envelhecem com dignidade. O episódio que vos conto é centrado num familiar meu, mas o que me preocupa é funcionamento do sistema de saúde com toda a população em geral e mais uma vez repito quando chegar a minha vez e passar por um processo semelhante como é que vai ser? Ou todos vós? Não sei e temo muito pelo que possa vir a acontecer a nossa sorte é escapar a estas situações.

Não queria terminar este testo sem deixar de fazer alusão a um outro episódio que todos tivemos conhecimento, uma senhora esteve 40 horas no serviço de observação, à espera para ser operada a uma fratura que fez no fémur, resultante de uma queda, porque primeiro não havia material esterilizado, quando este existia não havia equipa médica para operar a senhora, pergunto o que é isto ou será que já muitos de vós já afirmam que O REI VAI NU. O que assistimos hoje só melhora se nos movimentarmos todos no sentido de encostar quem de direito à parede e perguntar como é o que é que se passa e quem é o responsável, como diriam os anciãos da aldeia dos meus pais nos tempos de outrora o que estão a precisar é de uma estaca pelos cornos.

Este estado de coisas não pode continuar como estão há que inverter ou criar uma politica de saúde para as pessoas com as pessoas.

Henrique Pratas

 

 

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