Exemplo de boas práticas

12-02-2016 - Henrique Pratas

É comum, está na moda nós falarmos em boas práticas neste País, mas falamos e quando se trata de operacionalizar ou de concretizá-las aí torna-se mais difícil.

No fim de semana que passou os donos do Liverpool, lembraram-se de aumentar os bilhetes para assistir a uma partida de futebol, como eles são ingleses e como não concordaram com o acréscimo no preço dos bilhetes logo se lembraram de uma forma para manifestar o seu desacordo que foi todos aos 77 minutos de jogo abandonarem os locais onde estavam a assistir à partida de futebol. O que é facto é que o que Liverpool estava a ganhar o jogo e com esta tomada de atitude por parte dos seus adeptos veio a empatar o jogo e esteve muito perto de o perder com o Sunderland.

Trago-vos este exemplo como forma de manifestar o desacordo com as medidas que aplicam sem a concordância dos adeptos do Liverpool e o impacto que essa tomada de decisão teve no comportamento dos jogadores. Sem os seus suportes e estranhado o facto com o qual não contavam realizaram uma atuação perfeitamente desgraçada estavam a ganhar o jogo e acabaram por empatá-lo com muita sorte à mistura pois o Sunderland, com um pouco mais de sorte teria mesmo ganho o jogo.

A conclusão que tiro desta atitude é que de facto a assunção de uma tomada de posição por mais silenciosa que seja casam danos. É certo que não estamos a tratar de nada importante para a vida dos ingleses, mas eles não deixaram passar em claro o forte incremento que o preço dos bilhetes para assistir a um jogo sofreu, 77 libras, mais.

Este é um excelente exemplo de tomadas de posição que poderíamos tomar quando nos vão aos bolsos, não é necessário grande alarido o que é necessário é unidade na ação, porque no caso que serve de ilustração àquilo que entendo que os portugueses deveriam de fazer em algumas situações é que todos sem exceção abandonaram o seu lugar no campo de futebol, achei que esta forma de se manifestarem constituiu aquilo que designamos e repetimos várias vezes como sendo uma boa prática para demonstrar o nosso descontentamento, entendo que Portugal e fôssemos nós mais unidos e estivéssemos habituados a viver em sociedade, com atitudes semelhantes às ocorridas em Inglaterra, os senhores que tomam decisões contrárias à vontade do Povo seriam obrigados a repensar a forma para tomar certas medidas.

Relativamente ao exemplo inglês que vos relatei os donos do clube já estão a equacionar em revogar a medida porque senão correm o risco de terem praticamente ninguém a assistir a um jogo de futebol do Liverpool, por cá como não sabemos estar em sociedade, tomar esta posição seria muito difícil porque há sempre aqueles que querem demonstrar aos outros que podem pagar e quebram uma regra de ouro que é a unidade na ação. Não é importante que demonstrem que tem dinheiro para suportar qualquer incremento de preços que façam nos serviços que têm para nos oferecer o que é importante é analisar e ver se toda a população portuguesa pode suportar os incrementos que pretendem fazer, trata-se de pensarmos nos outros e na justiça das medidas aplicadas, se pensarmos no coletivo e tomarmos atitudes pensando no bem estar do coletivo, certamente quem toma medidas abusivas, terá que pensá-las de outra forma se formos consistentes nas ações que tomamos.

Como o Povo diz e com razão, “nas costas dos outros vejo aquilo que me podem fazer a mim”, então trata-se de estarmos atentos e saber rejeitar aquilo que nos querem impor à viva força, não individualmente mas coletivamente.

Henrique Pratas

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