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Uma nova crise não é um risco, é uma certeza

22-01-2016 - Francisco Louçã

O Royal Bank of Scotland, hoje uma divisão do Santander, emitiu um alerta nos termos mais catastrofistas: vendam tudo, 2016 é para a desgraça.

O Santander é o gigante adquiriu recentemente a preço da chuva o Banif, depois de uma curiosa inconfidência de alguém que desencadeou notícias alarmistas e uma corrida aos balcões do banco. Repete-se agora a dose em plano inclinado: fiquem só com dívida alemã e norte-americana, tudo o resto é para perder. Como se percebe, o banco recomenda uma acção de manada que realizaria o seu próprio prognóstico.

É um jogo perigoso e que demonstra o nervosismo das grandes instituições financeiras. Elas temem um novo crash financeiro como o de 2007 e 2008, que foi desencadeado pelo incumprimento de pagamentos em algumas hipotecas num mercado reduzido e muito marginal, mas que provocou o congelamento dos mercados monetários e efeitos mundiais.

Há em todo o caso fortes razões para alarme. Primeiro, a recessão no Brasil e a desaceleração das economias emergentes. Segundo, a aterragem da China e a sua instabilidade financeira: em seis meses, é a segunda vez que o seu mercado financeiro dá sinais de colapso, que as Bolsas são suspensas e que o governo é forçado a gastar somas colossais para manter a flutuação financeira. Terceiro, o Plano Draghi, uma enxurrada de dinheiro para financiar a banca e os mercados especulativos, nem conduziu a um aumento do investimento nem retirou as economias da zona da deflação.

Lagarde, do FMI, chama a este período o “Novo Medíocre”. Depois do tempo dos foguetes em que se anunciava, a “Grande Moderação” e o fim do ciclo económico, não está mal. O Banco Mundial anuncia que se está a formar a “tempestade perfeita”. E Joseph Stiglitz, que antecipou todos estes profetas, explica as razões da estagnação.

Uma nova crise financeira não é uma possibilidade. É uma certeza. E essa certeza tem consequências para o euro, para a Europa, para as economias emergentes, para as relações internacionais de poder. Como terá para o Orçamento do Estado português para 2016.

Francisco Louçã

 

 

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