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A ESQUERDA EM PORTUGAL

31-01-2014 - Eduardo Milheiro

Como já tinha escrito em 17 de Janeiro[1], o Movimento 3D não ia ter um futuro brilhante, tentar pôr no mesmo grupo LIVRE e Bloco não me parecia que esta iniciativa tivesse alguma possibilidade de singrar, ainda menos com o PCP, pois é pena, mas também estou convencido que esta aliança não adiantava nada para a melhoria da qualidade de vida dos Portugueses.

A esquerda continua a dividir-se, vão aparecendo novos partidos, mas que a sua futura dimensão não deixa vislumbrar no horizonte que isso se traduza na melhoria da oposição que tem de ser feita ao actual governo, que há muito tempo já se impunha a sua demissão, principalmente desde a crise gerada por Paulo Portas com a demissão irrevogável, que não foi mais do que acto premeditado para ganhar mais peso no governo, demissão que não aconteceu porque o Presidente da Republica não quis.

Esta posição do Presidente da Republica, ou foi um erro estratégico ou foi a sua conduta partidária que não o deixou tomar a atitude correcta, porque hoje o País já não se revê nesta maioria que nos governa.

Mas a verdade só é uma, Portugal precisa de mudar, e na minha fraca opinião não vai ser com o Partido Socialista nem com estes novos partidos de esquerda, pois os seus manifestos continuam a ser mais do mesmo, parece que ainda não entenderam que tem de haver uma fractura forte com a Europa, sem isso vamos continuar a ser os que não trabalham e querem bons salários e boas reformas, além disso não devemos esquecer que os partidos de extrema-direita estão em crescimento acentuado na Europa, levantando-se já a hipótese de nas próximas eleições europeias a Frente Nacional de Marine Le Pen ganhar as mesmas em França.

Ao ler um artigo de Jacques Sapir, um analista francês que é contra o sistema monetário europeu, formado pelo Institut Européen des Politiques Publiques, com um doutoramento sobre a organização do trabalho na URSS, e outro em Economia Estado, defende que o sistema monetário europeu não tem futuro, conforme artigo que hoje publicamos deste autor na secção “Da Europa e do Mundo” com o título “Euro: Perguntas frequentes”, chego à conclusão que o nosso problema é mesmo o Euro, o Euro só tem sido bom para a Alemanha.

Penso que o espaço que está reservado para um novo partido passará pela definição do que será a atitude deste novo partido, deverá textualmente dizer que defende a saída do sistema monetário europeu, ou seja, a saída do euro, esta seria a terapia de choque para a União Europeia e para as mudanças que são necessárias.

Para mais, quando nós podemos ler e ver que nenhum dos partidos que estão no xadrez politico português nem sequer aventa a hipótese de um referendo sobre o que pensam os portugueses sobre o euro, será sempre tudo mais do mesmo.

Portugal definha, conseguir equilíbrio pelo empobrecimento das pessoas é fácil, mas ao mesmo tempo que o Governo procede assim contra os trabalhadores e reformados, contra o Serviço Nacional de saúde e Escola Publica, proporciona o enriquecimento cada vez mais do sistema financeiro e dos empresários, e podemos ver todos os dias o aparecimento dos novos-ricos, basta ver o número de automóveis de luxo que se têm vendido.

A solução só pode ser encontrada com ruptura, não se pode equilibrar um país à custa dos trabalhadores e reformados, e a ruptura será um partido que proponha um programa para uma nova república, e sem dúvida, a saída do euro.

[1] O Movimento 3D e as eleições Europeias (http://noticiasdealmeirim.pt/opiniao_completa.asp?id=307)

Eduardo Milheiro

 

 

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