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O que teria dito sobre as personalidades do ano 2015

01-01-2016 - Fernando Condesso

O que teria dito se participasse no programa da manha da Antena 1 e da TSF, sobre as personalidades do ano 2015:

Pela atuação positiva, destacaria António Costa (naturalmente também os líderes do BE e PCP, pois todos são figuras ligadas à solução governativa em exercício), pelos Acordos interpartidários agora celebrados com êxito, fazendo ultrapassar finalmente as sequelas partidárias dos traumas do PREC, que se seguiu à Revolução do 25 de abril de 1974 e reorientado o PS de posições de uma direita moderada, quase igual às do PSD e PP, para a posições de governação tendencialmente alternativa, afastada das políticas de austeridade (do PSD-PP, em cedências permanentes ao lobby bancário-financeiro, com soluções não à custa dos acionistas e investidores mas dos cidadãos em geral, que nada têm que ver com os desvios funcionais, "erros morais", dos seus administradores) e soluções liberais, que fizeram empobrecer a população portuguesas e enriquecer exponencialmente as já maiores fortunas.  

Em si uma reorientação positiva, sem desconhecer que o ecletismo do programa Centeio (com passos no sentido da recentração de políticas económicas e sociais), apontando embora para uma nova correta caminhada, não deixam de estar centradas simultaneamente em soluções muito difíceis no contexto atual, pois passam por visões da economia pelo lado da oferta e da procura, numa conjugação de neoclassicismo e quase keynesianismo, mais ou menos dentro de teses neokeynesianas. Podem falhar numa Europa em que Portugal consome muito significativamente produção externa, mesmo no setor primário da economia. Estamos numa Europa mal construída, exigindo profundas reformas democráticas e estruturais. Uma Europa em que os excedentes de divisas não sao um bem comum, mas apenas funcionam a favor dos Estado superavitários. E sem uma autêntica Reserva Federal de apoio aos Estados e à economia e emprego. Com um BCE estatutariamente coxo e ao serviço, sobretudo, dos interesses alemães. Portanto, uma Europa de grande competitividade entre as suas economias e Estados. O programa governamental aponta para desejáveis políticas de expansão, mas que vao ser aplicadas num povo sem mentalidade de compra preferencial do que é nacional. Tal exigirá uma monotorização permanente das consequências destes instrumentos [(e consequentes aferimentos reequilibradores) e também uma cultura bancária diferente, mais virada para as empresas e não para a especulação "fácil" e mesmo legislação-fiscalização mais musculada].

Políticas de expansão em princípio corretas, mas que vão ser aplicados sem uma reorientação cultural (pois legalmente não é possível orientar o mercado para produtos nacionais, face ao direito europeu e aos acordos comerciais externos; só com truques à americana) e sem uma prévia dinamização de exportações e expansão empresarial no âmbito dos bens transacionáveis, O que, por sua vez inicialmente também depende da expansão do consumo interno. Com o crédito de novo a ser orientado para bolhas de habitação e consumo, com a banca comercial a poder manter-se no jogo de uma banca financeiro-especulativa.  

Tudo num círculo vicioso difícil de gerir.

Negativamente, temos os governantes anteriores, o presidente da República e o Presidente da Comissão europeia Durão Barroso.  

O PSD-PP, pela austeridade coletivizadora de reformas e remunerações, em orientação ideológica submissa ao lobby bancário europeu e nacional e governos direitistas estrangeiros (afirmado como ciência inquestionável), pela antidemocrática lei-rolha na comunicação social contra os novos partidos impedindo os seus líderes de se revelarem face aos programas dos partidos instalados, eleitoralismos e manobrismos de números para tentar ganhar eleições a todo o custo, políticas anticonstitucionais, aumento da pobreza e favorecimento do crescimento exponencial das grandes fortunas com brutal ampliação das diferenças de rendimentos, a postura de luta antidemocrática e anticonstitucional em deixar o poder a favor de uma possível maioria parlamentar, etc.  

O PR foi de tal maneira mau pelo partidarismo e demissionismo programático-tentativas de vergar o cumprimento da Constituição, etc., que me dispenso de explicitar.

O Presidente português da Comissão Europeia, pois cedeu poder à Alemanha, ajudando a práticas de um Espaço Europeu ao serviço dos Estados maiores e mais fortes, o que o Tratado de Lisboa, cuja proposição se desenvolveu no seu mandato, veio ajudar a reforçar. Ajudou fortemente a recentrar a UE, de projeto cooperativo, solidário, de paz, num projeto competitivo e futuramente cada vez mais conflitual.

Fernando Condesso

 

 

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