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Aqui assino ainda. Fernando Condesso

01-01-2016 - Fernando Condesso

Sempre prezei quem defendia a democracia, abjurando o sistema do “Estado Novo”.

Nunca me calei quando ouvia expressões de saudosismo salazarentos ou de outros regimes autocráticos ou em geral militarizados, “musculados”. Recentemente, face a tantas críticas transmitidas sobre as governações pelos partidos instalados, afastei-me daquele por que acabei por me decidir a veicular as minhas ideias e lutas após 1974, e incomodado pelos ataques ao regime e ao sistema político-partid ário, imaginando a possibilidade de regeneração da ideia democrática e outras práticas político-partidárias mais consentâneas com ela, através de novos partidos políticos, avancei tranquilo e confiante, para a fundação de um.

Bloqueado pela recente lei-rolha antidemocrática sobre a comunicação social na pré-campanha, vantagens absurdas para os partidos instalados a título de notícia na campanha e recente legislação que permite sondagens durante a campanha visando o voto útil nos grandes partidos tradicionais, tudo impedindo os novos partidos de se apresentarem em pé de igualdade com os outros já instalados e portanto agindo sem igualdade de armas (querida expressamente por uns e viabilizada pelo cinismo dos outros), a democracia ficou confinada aos mesmos que a têm descredibilizado sem remissão; mesmo que mudem as lideranças, fiquem os vícios e dependências historicamente adquiridas.

E, pela primeira vez, entrando num bar para beber um café, fiquei sem capacidade para retorquir contra quem já poe em causa de maneira cada vez mais aberta a lógica da democracia face aos interesses da maioria da população:

“E, agora, senhor professor? E o que aí vem em janeiro, com o ---? Isto é que é a democracia? O que precisávamos era de um golpe militar que fizesse a Europa pensar e metesse na cadeia os dirigentes dos partidos e dos governos, incluindo o presidente da república, e os administradores do sistema financeiro”.

Ao ouvir isto, não sei se me incomodou mais a ideia de uma ditadura, militar que seja, se o recordar como começou o “Estado Novo”, iniciado militarmente com bons propósitos para curar a nação doente proclamada pelas chefias militares em Braga, se o que veio depois.
Por mais que o ambiente europeu desestimule aventuras sem fim à vista, não é verdade que a história mostra à saciedade que todos os excessos têm limites? Revolução francesa e os descamisados; revolução russa e o leninismo; sovietismo militarmente garantido e o fim dos muros e da musculada federação; Estado Novo e 25 de abril, etc.

A história demonstra à saciedade que ciclicamente o milagre de muitos obedecerem a poucos, se mal gerido, chega sempre a um túnel de pólvora que rebenta com a pressão e deita para o lixo da história os opressores.

Aguardemos, pois, o 2016, e façamos votos pelo êxito popular do novo governo.

Aqui assino ainda.   Fernando Condesso

 

 

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