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O Movimento 3D e as eleições Europeias

17-01-2014 - Eduardo Milheiro

Sobre esta tentativa bem intencionada de algumas personalidades de esquerda em conseguir uma unidade de esquerda para concorrer às eleições Europeias, que juntaria o BE, LIVRE e Renovação Comunista, parece, como eu já previra, que não vai conseguir os seus objectivos.

A experiência nestes casos conta sempre muito e falo com conhecimento de causa pois andei seis anos acompanhando Manuel Alegre nas suas iniciativas, no sonho de uma convergência à esquerda.

Chamo-lhe sonho, porque inclusivamente Manuel Alegre sempre convidou o PCP e o PS, além do BE e da Renovação Comunista, o PCP e o PS que nunca compareceram, quer tenha sido no primeiro encontro do Teatro da Trindade em Junho de 2008 [1] ou da Cidade Universitária em Dezembro de 2008 [2], tendo participado o Bloco, os Renovadores e muitos independentes.

Digo que não acredito que seja possível fazer esta coligação, porque pelo que já li na imprensa «o coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, disse neste sábado que o partido não se vai diluir em "qualquer outra candidatura" às eleições europeias de Maio, avançando este domingo na preparação do seu programa eleitoral» [3].

Restam os Renovadores e o LIVRE e aí penso que nada de novo existirá para alterar o panorama político à esquerda em Portugal, o que é de lamentar, mas outra coisa não era de esperar.

A esquerda em Portugal só vai mudar se lhe aparecer uma opção que mexa com todo o sistema político ou partidário que temos, um partido novo que na sua génese faça propostas que não sejam mais do mesmo. Um partido que mobilize os portugueses para a ruptura com a coligação de interesses, nacionais e estrangeiros, que nos conduziram à depressão. Um partido que defenda a recuperação da nossa soberania monetária para podermos lançar uma estratégia de desenvolvimento baseada num forte Estado social e na inovação. Um partido aberto à democracia participativa, com um Estado descentralizado. Um partido do socialismo democrático que, reconhecendo a natureza não mercantil do trabalho, da moeda e da natureza, se propõe colocar a economia ao serviço do bem comum.

Pelo que sei, já há gente de esquerda que se mexe no sentido da criação desse novo partido, que com toda a certeza não aparecerá a tempo de concorrer às eleições europeias, mas que poderá estar em acção nas próximas eleições legislativas altura em que poderá então propor aos portugueses um novo rumo político para Portugal.

O futuro nunca é longo, o tempo passa mais depressa do que parece. A ver vamos o que vai acontecer, mas eu pessoalmente só acredito que um partido novo, novo de ideias e de concepção política, mais a favor dos cidadãos e pela mudança na Europa, poderá alterar o xadrez político da vida e das propostas partidárias e ideológicas em Portugal.

Eduardo Milheiro

[1] http://www.micportugal.org/index.htm?no=1000999

[2] http://www.micportugal.org/index.htm?no=10001162

[3] http://www.esquerda.net/artigo/bloco-prepara-o-seu-programa-para-europeias/30920.

 

 

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