Expliquem!
10-07-2015 - Francisco Pereira
Portugal é um país verdadeiramente estranho, existem por cá fenómenos, dirão os mais viajados que existem em todo o lado, admito perfeitamente essas ocorrências, acontece porém que eu não vivo em todo lado, vivo apenas em Portugal, dizer que “vivo” é uma alegoria, o termo correcto é vou sobrevivendo, como eu, milhares de outros tantos e pategos que por cá vegetam vergados ao peso dos impostos e da tarefa de engordar o traseiro a parasitas.
E entre as coisas que verdadeiramente me deixam de cara à banda está por exemplo o Sol. Sim o Sol, a luz solar, essa inesgotável, quase, fonte de energia, que países conhecidos por serem soalheiros com a Suécia ou a Alemanha, aproveitam muito mais que nós. Ora expliquem-me lá essa, então este país miserável, bafejado com a sorte de ter uma exposição solar fantástica desperdiça toda essa capacidade? Porquê? Porque temos decisores políticos mentecaptos, apenas por isso.
Outra que me faz uma confusão terrível. Temos arquitectos premiados, excelentes engenheiros, uns e outros andam pelo mundo a assinar projectos, temos empresas de construção com capacidades impressionantes que nos quatro cantos do mundo fazem construções. Então porque é que temos umas casas de trampa? Será a lógica do velho adágio que diz “Em casa de ferreiro espeto de pau”, ou será apenas porque somos governados por imbecis? Pois está fácil de ver que é pelo segundo motivo, aliás os ditos até inventaram uma coisa extraordinária, para sacar dinheiros aos otários, chamada “Certificação Energética”, esta artimanha vigarista, pretende avaliar o estado de optimização energética dos edifícios, ora pergunto eu aos senhores que mandam, então ó minhas bestas, vocês não sabem a porcaria de edifícios que deixam construir?
O mar, esse mar imenso trilhado de antanho pelos nautas que deram novos rumos e tal e coiso e blá… blá. Pois é, o mar, que um certo primeiro-ministro vendeu à União Europeia que depois o deu aos espanhóis em troca de dinheiro para o alcatrão. O mesmo senhor que hoje, já próximo da jubilação, após 40 anos de mama, veio afinal a descobrir que o mar é o futuro. Eu sinceramente acredito que o Mar seja o futuro, tê-lo-ia sido há 30 anos quando deveríamos ter começado a construir um país, hoje o mar esta sobreaproveitado, temos uma Marinha mercante quase inexistente, as pescas estão na miséria, os portos muito bem situados mas ineficazes, faltam redes de caminhos de ferro que nos liguem à Europa, a Marinha de guerra, mercê de alguns patetas submarinos, está dotada de meios patéticos para a extensão marítima que têm, expliquem lá como é que o mar é o futuro? Só se atirarmos lá para dentro toda esta súcia de parasitas que temos por cá!
No desporto temos os empurra bolas melhores do universo, resultado não ganham nem um troçulho de gato, são outros os heróis que melhor defendem este pardieiro, a dança, a canoagem, o atletismo os paralímpicos e muitos outros que trazem medalhas, que se classificam e que fazem prodígios, ora expliquem-me lá porque é que governos, municípios e juntas de freguesia desbaratam, esbanjam e estragam milhares, senão milhões, de Euros a financiar clubes de empurra bolas, que muitas vezes não passam de conluios de vigaristas, que não passam da cepa torta e não ganham porcaria nenhuma?
A última para não maçar mais o leitor, até porque existem muitas mais, expliquem lá, se temos políticos tão bons, eles auto elogiam-se muito e uns aos outros também, presidentes que alertam sobre tudo e mais alguma coisa, se esta gente é tão inteligente, tão iluminada, porque é que este país está na trampa, em que está?
Francisco Pereira
P.S. – Já agora expliquem o que é que realmente ganhamos com estas políticas, cosméticas de poupança merceeira?
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