Das Razőes e Fundamentos do nosso Descontentamento
20-12-2013 - Eurico Henriques
As alegações diversificadas que vamos lendo e ouvindo e, por vezes, muitas vezes, também vendo – graças à visualização de imagens – constituem motivo de reflexão.
Todas as sociedades usam do direito inovador de reflexão para construírem novos modelos de desenvolvimento. Nós, por cá, vamos usando e abusando do seu poder a tal ponto que o tornamos mais numa forma de bloqueio do que em força de inovação e de transformação.
Agora assistimos à deliberação lógica do tribunal constitucional, emitida sobre uma norma legislativa e fiscal do estado. Será que é inovador diminuir o rendimento de um cidadão por que o estado (Estado) não soube gerir os seus rendimentos e agora tem problemas de pagamento?
Um outro problema, que não se desliga deste, é o da emigração. De novo assistimos à partida de gente jovem em busca de novos horizontes. De garantias de trabalho e de segurança. Já temos vindoa assistir a fenómenos destes desde o século (lá vem carqueja para queimar) XV. Muito tempo a seguir a muito mais tempo. Numa ladainha ininterrupta de insucessos e de falsas perspetivas de desenvolvimento. Agora os jovens mais preparados (não se quer contar as quantidades de dinheiro que foram gastas na sua preparação) partem para o Reino Unido, a Alemanha, o Brasil e Angola, para não referir outros destinos, que os há.
Há uma necessidade de se assumir com coragem o direito à inovação e à reflexão. O que propomos? O que criamos? Tudo isso para fazer o quê? Quais as vantagens que poderemos ter?
Chego aqui e entro no que me parece ser a aposta correta: sabermos respeitar o trabalho dos outros, o seu direito a defender propostas sérias e credíveis. Apostar na energia criativa dos jovens e dos homens e mulheres de mais idade (que já foram rotulados de peste grisalha). Isto porque não é possível criar desenvolvimento e progresso desprezando o valor e a experiência acumulados dos que levaram anos a fazer a sua adquisição.
Propunha a leitura da obra do filósofo grego Platão sobre a República e, igualmente, da sua comédia “Nas nuvens”. Antigas mas esclarecedoras.
Agra tenham todos um Bom Natal, com calor, família e boa disposição. Quando chegar o Ano Novo que venha bem-disposto, com boas falas e melhor respeito por todos nós.
Eurico Henriques – Mestre em Comunicação, Lic.º em História e Comunicação. 20-12-013.
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