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O Museu dos Coxos

29-05-2015 - Francisco Pereira

Inauguraram o Museu dos Coches, que está coxo, ao que parece, falta muita coisa, mas como estamos em período de eleições e o edifício está pronto há dois anos a aguardar, lá foram os coxos do costume, inaugurar, a portas ferradas, pois porque os que mamam do cocho público, nada querem com o povaréu, temem manifestações, temem que os apupem e lhes lancem os epítetos que bem merecem.

Sua Excelência o senhor Presidente da República, necessita de aulas sobre como proceder com a bandeira nacional, a forma como a tratou foi para ser simpático, vergonhosa, já o senhor Coelho mostrou, nisso, ao menos ter alguma decência e decoro, mas também o que esperar de um gasolineiro das berças!

Como já referi, a inauguração da coisa, foi a portas fechadas, primeiramente para a súcia e para as tais “personalidades”, não seremos todos personalidades? Mas andando, esta insistência labrega das elites nacionais de se esconderem é patética, e lá estavam eles rodeados de seguranças, com os amiguinhos todos do partido e um outro da oposição que no fundo é mais do mesmo, num exemplo típico de quão labregos e parolos são os políticos nacionais.

O Museu dos Coches, não se questionando o seu valor, necessidade e pertinência, é mais um exemplo da megalomania lusitana, que tão bons frutos têm dado ao longo destes quase 900 anos que levamos de sermos uma espécie de país. Será que era necessário ter encomendado a obra a um arquitecto brasileiro premiado? Não poderíamos ter feito aquilo igualmente bem, com alguém mais barato, se calhar até poderíamos, mas a megalomania sobrepõem-se sempre.

Coxo vai também o Governo, aliás esta espécie de comissão de bons primos carvoeiros que administra Portugal em nome dos interesses dos banqueiros alemães, faz jus ao antigo ditado “Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita” e o pobre nasceu malsão, coxo e torto o suficiente para às primeiras galfarrices fosse posto a andar, houvéssemos nós na Presidência do estábulo alguém digno desse cargo ao invés daquilo que por lá se arrasta.

A senhora Albuquerque, é mais do mesmo, cada vez que fala, dá um tiro nos pés, deviam proibir a senhora de falar excepto claro está com um papel à frente para não errar as deixas, não sei se o pior foi dizer que quer cortar ainda mais os reformados, se depois vir tentar emendar e dizer que ela e o seu Governo ao fim de quase 4 anos ainda não parecem ter nenhuma solução para a sustentabilidade da segurança social.

Coxa, muito coxa, e tão lesta quanto um mentiroso, foi a decisão de ilibar aquele pobre diabo do Secretário de estado das Finanças, o senhor Núncio, um pobre coitado, viu-se ilibado, a pedido claro está, mas o que podia ser um triunfo é antes um grande atestado de nulidade e falta de competência que se passou ao senhor Núncio, nós já sabíamos que o pobre homem valia zero, mas uma coisa é a opinião popular outra coisa é isso ser atestado por uma instituição pública.

Acerca disso leiam-se as declarações do deputado Hugo Soares, que deve ter sido escolhido para falar sobre o tema, pelo QI que tem, a certa altura declarou a criatura digna de dó, que; “… a lista VIP, é um produto espontâneo dos serviços…”, anedótico, este Governo é mesmo miseravelmente coxo, e a acreditarmos na espontaneidade produtiva é de esperar que um destes dias apareçam cogumelos na Segurança social, beringelas biológicas e mirtilos nos tribunais e assim por diante, raramente vi declarações tão intelectualmente pobres e tão patetas como as deste pobre miúdo digno de pena feito deputado, mas valia ter-se dito que a lista VIP, foi plantada no sistema das Finanças por espiões ou melhor por extraterrestres.

Coxa vai também a oposição, os amantes da foice e do martelo, andam como de costume perdido em questiúnculas menores do século XIX, os trabalhadores e tal, o grande capital e assim, algo que interesse, zero. Os rapazes da rosa, andam a sacudir o pó dos aventais e fazer de conta que possuem sequer ideia de Estado, que possuem um programa de governo credível, para além daquelas fanfarronices constantes no documento de estudo elaborado por sábios economistas, que se toda esta crise não nos tivesse mostrado que de sábio existe muito pouco nos economistas.

Por fim, coxa vai a maralha, iludida com velinhas à santa da treta, aos empurra bolas e pouco mais. Iludidos, cada vez mais macambúzios e bestas de carga, lá toam o carrego, este fado triste esta sina mortal de ter de viver no verdadeiro Museu de Coxos e aberrações em que está transformado este país, sítio onde os lambões do poder se enchem à tripa forra disputando as fêveras gordas no cocho do erário público, deixando à arraia miúda as migalhas putrefactas.

P.S. – “Cocho” na minha terra é um objecto, vi-os feitos em cimento e os mais antigos talhados num tronco de árvore, onde se deitava a comida dos porcos que estavam na pocilga, aguardando a tripeça.

Francisco Pereira

 

 

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