ALERTA VERMELHO: ALY SILVA AMEAÇADO POR UM MINISTRO
15-05-2015 - António Aly Silva
Na terça-feira, por volta das 19:50h, fui ao Papa Loca comprar um chawarma. Para minha surpresa, ao virar para me ir embora, vejo o ministro X (en passant…) a encarar-me com, mais do que cara de poucos amigos, propensão para a violência. Mesmo. Estava escrito no seu olhar.
Ministro X: “Abó bu kunsin men?, bu kunsin men?”.
– “Depende” – respondi, e completei: “Uma coisa não invalida a outra.”
Ministro X: “Bu kunsin men”, a lenga-lenga do costume, voltou. “Abó bu kunsin men?”…
Ainda perguntei-lhe com toda a calma – e há testemunhas – se ali “era o sítio ideal para ‘aquela’ conversa”, ao que uma testemunha respondeu com “sr. Ministro, o Aly tem razão, este não é o lugar ideal.” A mulher entrou por três vezes, para o levar, puxando-o pelo braço, até clientes e um ou dois empregados, tentaram evitá-lo, em vão.
No fim, eu disse-lhe “dê-me o seu número que eu na 2ª feira contacto.”
“Vais telefonar na 2ª feira?”
– Garanti que sim.
Depois de me perguntar onde morava, disse-me que já sabia que eu estava cá, que sabia tudo (estou cá há 37 dias, e o ministro X, que tinha tanta, mas tanta vontade de me falar nunca me procurou, ou mandou sequer procurar-me…).
Deu-me o número, quase ameaçando que se eu não telefonasse ele mesmo me encontraria, pois sabe onde eu moro. “Moro na rua de Angola”, disse em tom calmo. “Toda a gente em Bissau sabe onde eu moro”, reforcei.
Pois bem, tenho o número mas NÃO vou telefonar ao ministro X, e não vou telefonar apenas porque, primeiro, não admito que me falem daquela maneira, tentando meter-me medo (isso era o que mais faltava!). Não vou telefonar e ficarei tranquilamente à espera que o ministro X venha ao meu encontro, como ele mesmo disse, e bem que pode trazer a cavalaria.
Ministro X: O ANTÓNIO ALY SILVA NÃO VAI TELEFONAR-LHE NA 2ª FEIRA. Bom fim de semana a todos. Falei já com as autoridades competentes, pondo-lhes a par da situação, que considero de gravíssima! António Aly Silva
António Aly Silva
Blogue do autor: Ditadura do Consenso (Guiné-Bissau)
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