MEDO
10-04-2015 - Henrique Pratas
Pegando numa das afirmações de um advogado ontem à noite num programa de televisão em que diz que está instalado um clima de MEDO em Portugal, ideia que comungo e que já aqui manifestei este facto, tentarei abordar o tema iniciando por dar uma pequena definição
O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente . Pavor é a ênfase do medo.
É também uma reacção obtida a partir do contacto com algum estímulo físico ou mental ( interpretação , imaginação , crença ) que gera uma resposta de alerta no organismo. Esta reacção inicial dispara uma resposta fisiológica no organismo que liberta as hormonas do stresse ( adrenalina , cortisol ) preparando o indivíduo para lutar ou fugir.
A resposta anterior ao medo é conhecida por ansiedade . Na ansiedade o indivíduo teme antecipadamente o encontro com a situação ou objecto que lhe possa causar algum mal. Sendo assim, é possível se traçar uma escala de graus de medo, no qual, o máximo seria o pavor e, o mínimo, uma leve ansiedade.
O medo pode-se transformar em uma doença (a fobia ) quando passa a comprometer as relações sociais e a causar sofrimento psicológico. A técnica mais utilizada pelos psicólogos para tratar o medo se chama Dessensibilização Sistemática. Com ela constrói-se uma escala de medo, da leve ansiedade até o pavor, e, progressivamente, o paciente vai sendo encorajado a enfrentar o medo. Ao fazer isso o paciente passa, gradualmente, por um processo de reestruturação cognitiva em que ocorre uma reaprendizagem, ou rejeição, da reacção que anteriormente gerava a resposta de alerta no organismo para uma reacção mais equilibrada.
Após esta breve abordagem do tema MEDOem termos conceptuais se fizermos uma análise do que está a ocorrer na sociedade verificamos que instalaram um clima de MEDO, em que as pessoas não realizam determinados actos, assim temos medo dos TRIBUNAIS, da SAÚDE, das FINANÇAS, de VIVER, de OUSAR, de RESPIRAR, de nos EXPRIMIR-MOS, quando nos é solicitada a nossa opinião ou quando a queremos dar de livre e espontânea vontade, dos BANCOS, da SEGURANÇA SOCIAL, da EDUCAÇÃO, da SEGURANÇA, instalaram este clima e as pessoas estão a sofrer com isso e não é pouco, todos nós em determinadas situações experimentamos este sentimento é horrível, excepção seja feita a alguns honrosos e teimosos cidadãos que insistem em permanecer livres, tanto em termos de costumes como de pensamento, mas estes pagam o seu preço por serem assim.
Não vi até hoje Ex-presidentes da República, comentadores políticos, fazedores de opinião, ex-governantes, políticos, debaterem e falarem sobre este tema que está a assolar a nossa sociedade de uma forma tenebrosa, será que não se aperceberam do que o POVO sente, ou não lhes interessa falar sobre isto, porque eles não o sentem.
É meu entendimento sobre o que se está a passar é extremamente grave, a maior parte dos cidadãos evita situações de ruptura única e exclusivamente porque têm medo, estão a “construir” uma sociedade onde impera o MEDO, com as consequências decorrentes desse facto, o que está a acontecer vai levar muito tempo a “limpar”, porque estando instalado este estigma, primeiro que os cidadãos deste País se livrem deste sentimento vai ser duro, primeiro porque não é fácil, depois porque o acesso a especialistas no tratamento desta situação não está acessível a todos, estão a destruir as pessoas a todos os níveis, psicológicos, físicos e financeiros.
Este sistema neoliberal Malthusiano está a dar cabo de nós, estamos a ficar destroçados, daí que seja urgente inverter esta tendência e a mesma só se fará com o contributo de todos, sim de todos, já sei estão a pensar isto é um trabalho Hérculeano e com utopia à mistura mas senão for feito a destruição de um POVO está iminente, porque entendo que aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos separa seria bom que pensássemos em “ mudar de rumo”, contrariando aquilo que nos querem impor, esta atitude tem como todas as alterações qualquer coisa de politico mas o factor dominante no caso vertente não é o politico, é certo que ele o influencia como influencia o exercício dos nossos direitos de cidadania, mas é sobretudo uma mudança no nosso bem-estar social, em que nos possamos exercer os nossos direitos em regime de liberdade absoluta, o que está em causa é a nossa liberdade enquanto pessoas e enquanto cidadãos, os condicionamentos impostos ultrapassaram largamente os limites da razoabilidade e do bom senso, há que dar a volta ao sistema que nos foi imposto e que não soubemos reagir em tempo oportuno, mas esta acção urge e quanto mais tarde pior.
Henrique Pratas
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