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Sabores de um fim-de semana

10-04-2015 - Henrique Pratas

Mais um fim-de-semana passado no Arripiado, este um pouco mais longo que os normais devido ao facto de sexta-feira passada ter sido feriado e na quinta-feira termos saído às 16 horas.

Desta vez não paragens a meio do percurso a ideia era ir jantar ao TÉ na Golegã, na Rua José Relvas, assim a única paragem realizada foi em casa para deixar as malas e o jantar estava marcado para as 20 horas, o da ideia fui eu como sempre.

Não era a primeira vez que lá ia, mas fiquei com vontade de lá voltar para conversar com o dono para ouvir mais uma história de vida e não me desiludi, o prato favorito que é servido é o leitão, era isso que queria apesar de saber que me faz mal, porque tenho gota e não devia comer este tipo de comida, mas um dia não são dias e vá de seguir em frente com a minha ideia.

Como não havia muita gente assim que veio o queijo, o chouriço, o pão e o vinho, um espumante tinto para acompanhar o leitão, o dono sentou-se na nossa mesa e começou a conversar connosco. A primeira saída dele foi que a minha cara não era lhe era estranha, aí pensei para comigo não posso ir a lado nenhum, toda a gente me conhece e aprofundando esta questão vi a saber que a irmã era dona de um pequeno café na Golegã, onde era hábito que os autocarros primeiro da Empresa de Transportes Claras, parava e depois as da Rodoviária, as tostas mistas feitas lá eram óptimas e as imperiais ainda melhor, faziam uma boa conjugação. A minha mulher que também conhece o local muito bem falou-lhe no nome do meu pai e não é o que o homem também o conhecia como todos os que com ele partilhavam o mesmo serviço, bem a partir daqui foi recordar as coisas boas do passado onde o setptuajenanário me contou a sua história de vida, os bailaricos que tinha frequentado na Carregueira e no Arripiado e que adorava, mas a vida obrigou-o a procurar trabalhos em terras de França por onde andou durante muito tempo, até que voltou de novo a Portugal para a Golegã, abriu o restaurante, depois de ter casado com uma marroquina aos 60 e poucos anos e ter sido pai de uma filha aos 64 anos. Conheci mais um “Ministro” entre muitos que existem neste País.

Ele não me contou mas para ter casado com a marroquina deve ter feitas das boas, até que a família o obrigou a casar com ela, originária de Casablanca. Entretanto entra um casal de finlandeses, que para além de ter interrompido a nossa conversa, pôs-me a mim a trabalhar, porque eles não falavam outra língua a não ser o inglês, como no País deles não existe este tipo de pitéu lá lhes expliquei o que era, às primeiras não estavam convencidos, dei-lhes a provar então aí ficaram rendidos, optaram por escolher o leitão para a refeição, informei-os de que a escolha era dele se não minha, as responsabilidades da tomada de decisão era deles, riram-se, depois para acompanhar também lhes dei a provar o champanhe bruto tinto, também não conheciam, mas gostaram. Entretanto e para grande espanto meu a mulher do casal do finlandês, começou a perguntar-me quanto custava e eu de acordo com as informações do dono lá lhe fui dando as informações e eu a pensar que a crise era só cá, pelos vistos não. O dono do restaurante entretanto fez uma “marosca” em vez de lhes servir do champanhe que estava a beber, serviu-lhe um outro mais barato mas com 14.º e sempre me foi dizendo que eles gostava era daquele e que ainda por cima era muito mais barato, acrescentando que já não era a primeira vez nem provavelmente seria a última que quando iam para pagar com o cartão multibanco não obtinham resposta do outro lado, sinais dos tempos e que já tinha muitos calotes, a partir daí deixei-o por sua conta e risco porque me apercebi que sabia o que estava a fazer, só interferia quando ele me solicitava para explicar alguma coisa, a partir do momento que me disse que já lá tinha muitos calotes, uns nacionais e outros internacionais, encolhi-me não fosse eu estar a criar uma outra situação indesejável, mas não no final lá pagaram mas não se alargaram muito, como nós dizemos, comentário do dono, eu não lhe disse, isto anda tudo teso que nem um carapau e voltou-me a mencionar os calotes que lá tinha de cobrança muito duvidosa, a conversa fui muito mais além, mas com a tónica de que já estava cansado para ter o restaurante aberto e que o negócio estava mau, apesar de já ter arranjado doses a 3,00 € a crise estava instalado e ele cansado, porque se levanta muito cedo para acender os fornos a funcionar ainda a medeira para assar os leitões e que o negócio não está a dar, mas ninguém lhe dá um dinheiro razoável pelo espaço, por isso não tem outro remédio senão continuar. Para terminar pedi-lhe algo que ajudasse a fazer a digestão que estas comidas precisam de ajuda para fazer a digestão, bem trouxe-me uma aguardente que “queimava” tudo dá-me ideia que a digestão foi feita de imediato, para o Arripado já não fui eu a conduzir, foi a minha mulher fomos direitos ao cais de embarque do Tejo, no Arripiado e como a noite estava agradável ficámos uns instantes à beira-rio a conversar, o tempo estava agradável para isso e há sempre coisas para podermos falar, uma bela forma de começar um fim-de-semana longo.

Lisboa, 06 de abril de 2015

Henrique Pratas

 

 

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