A UE deve respeitar vontade democrática da Grécia e dialogar sem preconceito defendeu um Ex- Presidente da República.
06-03-2015 - Henrique Pratas
O antigo Presidente da República defendeu hoje que a União Europeia tem de respeitar «a vontade democrática da população» grega e deve dialogar sem preconceito com o novo Governo de Atenas.
As posições de Ramalho Eanes foram assumidas à margem de uma conferência sobre «Portugal no 1.º Quartel do Século XXI - Estratégias Rumo ao Futuro», na fundação Calouste Gulbenkian.
O antigo chefe de Estado não quis comentar as posições recentes do Governoportuguês, mas sublinhou que é preciso «respeitar as convicções» do executivo liderado por Alexis Tsipras nas negociações com as instituições europeias.
« Em relação à Grécia houve uma manifestação da vontade democrática da população, há um Governo que expressa essa vontade democrática, há que respeitar essa democracia e há que ter com a Grécia um diálogo que não seja um diálogo de preconceito», afirmou o general.
Ramalho Eanes considerou ainda que «o sobressalto» nas negociações com Bruxelas se deve à falta de clareza na análise do programa de austeridade grego, «vendo aquilo que esteve mal e é necessário emendar" e "vendo aquilo que se aplicou e é necessário manter».
«Não creio que esse trabalho tenha sido feito dessa maneira e isso é naturalmente prejudicial», disse.
«A Europa para se poder unificar e ser uma potência tranquila no contexto mundial tem de olhar para si e para aquelas que são as suas necessidades políticas, sociais e económicas de uma maneira clara e solidária», acrescentou António Ramalho Eanes.
Estas declarações merecem algumas considerações a primeira delas é que nunca faz nem quer fazer comentários sobre as posições tomadas sobre o Des) Governo português, parece-me estranho que um Conselheiro de Estado e Ex-Presidente da República, não tenha opinião sobre o que passa no País onde exerceu as funções de Presidente da República, faz-me lembrar aquele ditado “ com o preto nunca me comprometo”, refiro-me à roupa de cor preta.
Depois titubia algumas considerações que não acrescentam valor nenhum nem acrescentam nada de novo, mas porque é que não há-de estar calado em vez de aparecer a dizer coisas que são do senso comum, só para ter protagonismo?
Pronuncia-se sobre coisas que desconhece e diz mesmo que, «Não creio que esse trabalho tenha sido feito dessa maneira e isso é naturalmente prejudicial», ou seja que gregos e os representantes de Bruxelas como diz não realizaram um diálogo em que houvesse cedências de parte a parte. Será que o senhor General não percebeu que o Povo grego não quer as medidas impostas pelo FMI e pela EU, será que isto é tão difícil de concluir, mesmo para um militar.
Aliás contradiz-se nas afirmações primeiro afirma que a EU deve respeitar a escolha do Povo grego, depois alvitra que as confusões criadas nas reuniões com Bruxelas não houve cedências de parte a parte, que é isso que infiro das suas palavras.
Volto a repetir senhor General Ramalho Eanes o povo grego não quer as medidas impostas por qualquer das troikas ou da União Europeia (UE), eles estão interessados em fazer outras opções que não aquelas que lhe foram impostas é diferente das posições que assumiu quando aconteceu o 25 de novembro de 1975 em Portugal onde o senhor foi parte interessada e activa. O POVO GREGO NÃO QUER INTROMISSÕES DE ESPÉCIE NENHUMA QUEREM DECIDIR SOBRE AS SUAS VIDAS.
Lisboa, 26 de fevereiro de 2015
Henrique Pratas
Voltar |