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ROTINAS

06-03-2015 - Henrique Pratas

Já pensaram quantas vezes repetem os mesmos actos por ano, para os que têm uma vida profissional activa trabalham durante um ano inteiro 8 ou mais horas por dia, vão para casa e vêm de casa para o emprego, estão com as mulheres e os filhos pouco tempo e para quem já trabalha há 35 anos vejam quantos segundos ocuparam a fazer rotinas levantar, fazer a barba, tomar banho, vestir-se, sair de casa apanhar um ou vários transportes públicos para chegar ao local de trabalho, ou meter-se na viatura acompanhado pela mulher e dos filhos “despejando” cada um deles à porta do local de trabalho ou à porta da escola ou colégio, isto são cinco dias por semana e no final de cada dia voltamos a fazer a mesma rotina chegarmos a casa despedirmo-nos, eram bom que nos despedíssemos de todos os preconceitos, mas isto nem toda a gente faz, jantar, falar com a mulher e com os filhos um puco de tempo porque depois há que ir descansar para repetir os mesmos actos do dia anterior.

Quando se pensa nisto, ficamos assustados se quantificarmos em termos de tempo que levamos a executar estas tarefas em segundos muito mais ficamos, será que ninguém pensa nisto?

Eu por mim há vários anos que questiono estas rotinas e pergunto sempre quem é que terá inventado este sistema?

É diabólico quando pensamos na realidade do ritual da vida da maior parte dos casais é assustador, onde é que fica a vida privada, guardada apenas para o sábado e para o domingo, é curto escrevo eu as nossas mulheres, os nossos filhos e nós próprios precisamos de mais tempo para eles e para nós, precisamos de desenvolver outras actividades de nos engajarmos em movimentos cívicos ou no desenvolvimento de actividades lúdicas, ir ao cinema, passear, ler usufruir da vida porque a vida é para se viver e só se vive uma vez, não se distraíam que mal nos damos conta entramos numa fase da nossa vida mais adiantada e não vivemos nada e perdemos o nosso precioso tempo em rotinas e não damos importância ao que devemos de dar.

Temos que caminhar no sentido de distinguir do que é e não é importante, depois temos que nos habituar a pensar em termos colectivos, nós vivemos em sociedade, não vivemos para o nosso umbigo, existem pessoas à nossa volta a nossa sociedade fica substancialmente mais “rica”, “preenchida”, “vivida” se partilharmos com os outros cidadãos as nossas dúvidas, os nossos quereres, os nossos problemas, enfim é desejável que à semelhança do que fazem os nossos “amigos” espanhóis nos juntemos no final do dia à volta do que quer que seja, mas que seja querido por todos e falemos do que nos apoquenta e do que nos faz feliz.

Na minha opinião foi-nos incutido há muitos anos atrás para que nos habituássemos a viver “orgulhosamente sós”, a vida não é isto existem mais pessoas na nossa sociedade e para além da nossa sociedade existem outras sociedades onde os problemas que se colocam se não foram iguais são semelhantes aos nossos, o Mundo não é só o nosso País há que considerar, em meu entender cada vez mais o que faça com os outros Povos, no resto do Mundo, os meios de comunicação social e as redes sociais banalizaram as distâncias e os acontecimentos, nós hoje em cima da hora sabemos o que se posso no lado oposto do Globo. Por isso acho que nos devemos voltar mais para fora, ser mais extrovertidos, mais solidários, se não tomarmos esta posição não vivemos ou vivemos aquilo que eu designo por uma vida medíocre, o Mundo é composto por pessoas e são estas que fazem andar o Mundo num sentido ou noutro, mas não podemos esquecer que são estas que fazem com que o Mundo se mexa e nós ou somos parte activa ou somos sujeitos passivos, que nos sentamos na bancada a ver passar os “acontecimentos”, esta é a posição mais cómoda, com menos riscos, mas para mim não é viver é passar por cá, dado que a única coisa que temos certa quando nascemos é que um dia mais ou menos cedo morremos, esta é uma certeza objectiva.

Seria bom que todos fizéssemos uma reflexão, parássemos e reflectíssemos na nossa vida e analisássemos de que forma contribuímos ou não para uma sociedade melhor não é só reclamar e dizer mal há que apresentar soluções e intervir activamente na sociedade, ela não muda imediatamente, mas se nos esforçar-mos a longo prazo teremos uma sociedade mais a nosso gosto, ou não depende em meu entender do empenho que colocarmos no desenvolvimento das nossas acções.

Lisboa, 26 de fevereiro de 2015

Henrique Pratas

 

 

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