Que triste espectáculo
27-02-2015 - Henrique Pratas
Nunca pensei que chegássemos ao ponto a que chegámos e a acrescentar a tudo isto temos os comportamentos perfeitamente deploráveis do Presidente da República, do Primeiro-Ministro e da Ministra das Finanças, com as declarações que fizeram e com as posições que assumiram.
Como português sinto-me triste, envergonhado e apátrida, cada a vez que abriram a boca, as personagens que mencionei anteriormente foi só para se enterrarem mais, mas se fosse só eles menos mal, o pior é que deixaram-nos ficar a todos mal vistos e atribuíram-nos o estatuto miserável, de Povo sem vontade própria.
Anda uma pessoa a vida inteira e nomeadamente quando é pequeno a ouvir que é muito feio mentir e agora todos os dias ouvimos mentiras, atrás de mentiras, conjugados com incompetência atrás de incompetência.
Foi perfeitamente lamentável ao nível das relações internacionais a situação em que nos deixaram, para levantar a cabeça vai levar anos, temos um deficit de HOMENS DE ESTADO, significativo, muito mais importante que outro tão propagado deficit que acusam de ser o mal do nosso País.
A situação económica em meu entender foi muito bem abordada pelos gregos, em economia não há receitas, mas existem formas de estar ou se está do lado do capital, ou do lado dos trabalhadores, não há volta a dar e as opções de política económica são tomadas em função do que pretendemos para o nosso País.
A opção foi clara pelo capital, pela especulação financeira que nos leva ao estado a que nos levou, a não inversão da tendência das medidas de política económicas tomadas só nos levam mais para o fundo.
Há que fazer opções não se pode agradar a gregos e troianos, ou queremos um País desenvolvido onde todos possam dar os seus contributos ou então nada feito. Num País existem pessoas e são estas que devem dizer qual é o caminho que querem trilhar, sem o seu envolvimento não vamos chegar a lado nenhum, vamos viver eternamente neste pântano malcheiroso e bolorento.
Todos mas todos os cidadãos fazem parte activa para a construção de um País novo em meu entender nem deve ficar para trás, a não ser que seja por opção própria, mas as politicas económicas a serem tomadas para se inverter a tendência têm que ser devidamente explicadas e assimiladas por todos só com o contributo de todos vamos a algum lado, mas como escrevi também é necessário que gere um consenso em torno dos objectivos macroeconómicos pretendidos para este País, os que foram escolhidos por este Des) Governo, há 4 anos, como já vimos só pioraram as coisas, agora há que aplicar outros que não estes e vamos ver se o resultado não será melhor.
De uma pequena análise realizada por mim constato que a devolução dos 20% dos vencimentos à função pública conjugados com as novas taxas de IRS, detecto que os rendimentos do trabalho mais baixos ou não se lateram ou sofrem um incremento que não chega a 1 euro, enquanto os vencimentos mais altos vêm aumentado o seu salário liquido aumentar significativamente. Eu já desconfiava que isto acontecesse, mas não tinha medido ainda o impacto em termos reais das boas “novas” deste Des) Governo desgraçado que insiste em por mais pobres aqueles que já o são e os mais ricos cada vez mais ricos.
Só espero e desejo arduamente que aquilo que escrevo já tenha sido constatado por todos vós, assim não vamos a lado nenhum, ou vamos todos para uma situação de miséria não desejável, por isso quando for na altura do vosso exercício do direito de voto, não se esqueçam do que esta malandragem nos fez.
Gostava de vos deixar aqui bem claro que chegámos a um nível tal que quem que quer que seja que venha a ser Governo deste País, mão nos recuperará desta situação lastimosa a que nos conduziram numa legislatura, vai ser preciso muito tempo e todos mas todos temos que contribuir na exacta medida das nossas possibilidades par que este País seja de uma vez por todas um local digno desse nome.
Trabalho não nos vai faltar, mas se não quisermos ser recordados pelos nossos netos como os mentecaptos a que deixámos chegar este País, vamos ter que dar muito ao dedo e mais uma fez reescrevo isto não se faz sozinho ou apenas por um grupo de eleitos, faz-se com as politicas certas, decididas por nós POVO e com o contributo de todos nós e há que fazer opções entre aqueles que querem alinhar num processo como este e deitar fora aqueles que não querem ou funcionam como “espantalhos” em todo este processo, não são necessários parasitas já os temos demais, como dizemos na agricultura há que dar o devido tratamento às ervas daninhas, o escalracho, os pega-maços e outras.
Lisboa, 23 de fevereiro de 2015
Henrique Pratas
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