Aeroporto Humberto Delgado
20-02-2015 - Henrique Pratas
Nesta altura entendo como “estranha” e inoportuna a convergência parlamentar em torno da proposta de alteração do nome do Aeroporto de Lisboa.
Assim doze deputados de todas as bancadas assinaram uma pelo ao Governo para que seja dado ao Aeroporto da Portela, em Lisboa, o nome de Aeroporto General Humberto Delgado.
Os parlamentares, da esquerda à direita, seguem, assim, a proposta aprovada há dias pela Câmara de Lisboa, presidida pelo líder do PS, António Costa.
O texto é assinado por dois social-democratas -Guilherme Silva, que é vice-presidente da Assembleia da República, e Couto dos Santos - e quatro socialistas: o líder da bancada, Ferro Rodrigues, o ex-ministro Alberto Costa, Idália Serrão (não Moniz já) e a ex-secretária de Estado Ana Paula Vitorino. Pelo CDS, foi o ex-líder do partido Ribeiro e Castro, que deu a cara, pelo PCP António Filipe e o Bloco de Esquerda faz-se representar pelo seu líder parlamentar, Pedro Filipe Soares.
Nesta solicitação a apresentar ao Governo, os deputados pretendem assinalar os 50anos que passam hoje sexta-feira, 16 de fevereiro de 2015, sobre o assassinato de Humberto Delgado pela PIDE, a polícia política de Salazar, e evocam o papel que o general teve na história da aviação em Portugal.
Os parlamentares não deixam de assinalar que foi o “General Sem Medo” que fundou a TAP há exactamente 70anos, tendo sido responsável pela modernização expansão dos aeroportos nacionais.
Eu, acho de uma falta de oportunidade temporal esta pretensa homenagem, não existem coisas mais importantes no País para decidir, porquê só agora esta homenagem os factos que agora se pretendem destacar já são conhecidos de todos nós há muito tempo desde que ocorreu o 25 de abril de 1974, será coincidência ou uma forma de dar o nome a um aeroporto que se encontra “ no corredor da privatização” a uma pessoa que já há muito merecia o reconhecimento que agora se pretende fazer, mas razões haverá que desconheço, mais supervenientes. Não haveria outro modo de prestar o devido agradecimento ao General Humberto Delgado pela actividade desenvolvida em prol do bem-estar da Nação.
Porquê só agora, questiono eu?
Será que nesta altura fará sentido, questiono apenas a oportunidade e nada mais.
Entrámos já em campanha eleitoral ou será o tiro de partido para as ditas.
Lisboa, 13 de fevereiro de 2015
Henrique Pratas
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