O BCE em 2015 já tem Disponibilidades Financeiras
06-02-2015 - Henrique Pratas
O actual dono do Banco Central Europeu, Mario Draghi, anunciou a 22 de Janeiro que o Banco vai investir na compra de activos por mês cerca de 60 mil milhões de euros, eu que não percebo muito disto acho estranho, para não escrever que desconfio de tanta fartura quando há uns meses atrás não existiam disponibilidades financeiras tão acentuadas para ajudar os estados-membros a saírem da situação de crise, ou será que conseguiram baixar tanto os valores dos activos, que agora vale a pena comprá-los em baixa para depois os venderem em alta, o que obviamente vai gerar mais recessão.
Tudo isto me parece muito estranho numa altura destas tanto mais que na Grécia, o Syrisa, um partido de extrema-esquerda como afirmam os nossos iluminados comentadores políticos avalizados pelo poder instalado. Não será uma forma de pressão sobre os gregos? Esta hipótese de o partido mencionado anteriormente ter uma maioria na Grécia tem incomodado muita gente e instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o actual Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também manifestou o seu desagrado quando se colocou visível a possibilidade do Syrisa poder ganhar as eleições na Grécia.
Eu penso que nada acontece por acaso e que não almoços grátis, as pressões vindas das Instituições que referi anteriormente foram muito acentuados que chegaram ao ponto de anunciarem publicamente que iriam “fechar a torneira” de apoio financeiro aos gregos se tal viesse a acontecer.
Para mim todas estas movimentações, não são por acaso e representam claramente a manifestação desesperada dos regimes que nos têm Des) Governado face a uma hipotética vitória de um partido não-alinhado na Grécia, para mim isto é uma ingerência interna nos desejos de mudança do povo grego, factos que não são novos para nós, eles já ocorreram de forma mais velada ou não, não acrescentam valor nenhum estas manobras já são conhecidas de todos ou praticamente todos.
Gostaria que o povo grego decidisse de forma livre e sem condicionantes de qualquer espécie de constrangimentos sobre os eu futuro se for o Syrisa o partido mais votado na Grécia se isso for bom para os gregos será bom para nós decerto aqui sentados, neste cantinho da Europa à beira-mar plantado, à espera de melhores dias ou de dias em que os direitos de cidadania sejam minimamente respeitados, pondo como pressuposto essencial e fundamental a economia ao serviço de um povo.
Quando escrevo esta afirmação não estou a escrever que o capital não deva ser remunerado, o que entendo é que se deve pôr cobro a estas manobras especulativas por parte da Banca onde facilmente se concede crédito e não se controla se esse crédito é utilizado é destinado aos meios que constituíram o pedido de financiamento. Entendo que o crédito concedido pela Banca deva ser concedido e canalizado para os sectores produtivos da nossa economia (agricultura, pescas, indústria e serviços). Poder-se-ão interrogar quanto à inclusão do último que escrevi os serviços mas entendo que a prestação de serviços não tem que ser necessariamente deficitários, não eles podem ser equilibrados e voltados para a satisfação das necessidades da população que são muitas, mas devem acima de tudo ser muito bem geridos. Relativamente à concessão de crédito sou apologista de quem concede o crédito vá ao terreno, ver em que condições é que estão a ser aplicada seja ele numa fase de construção de infra-estruturas ou depois de estar já em velocidade de cruzeiro. As análises de rentabilidade do capital investido, para além dos critérios técnicos a observar devem também ser avaliados ao nível da execução ou se quiserem da aplicação do valor concedido.
O País para sair da actual crise necessita de começar a investir o mais cedo possível nos sectores já mencionados porque os efeitos só se farão sentir daqui a 15 ou 20 anos, isto vai levar tempo, mas como diz o poeta “o tempo tem sempre o seu tempo” e o que não se fizer, não teremos forma de o remediar.
O que remediado está assim ficadiz o povo e é bem verdade, a atitude a tomar terá que ser mais pró-activa e sabermos para onde queremos caminhar ou estar daqui a 20 ou 30 anos.
Isto não é compaginável com os interesses dos partidos do arco da governação que se querem manter o mais tempo possível no Governo e em quatro anos não é possível apresentar obra as alterações de fundo a realizar no nosso País vão levar muito tempo não se compadecem destes interesses mesquinhos, alguém terá que ter uma visão mais longa do que o próprio umbigo senão não saímos desta situação, façamos o fizermos vamos continuar sempre nesta inércia ou pântano, conforme quiserem.
O estado de degradação em colocaram o nosso País e não se recupera tomando apenas ácido acetilsalicílico, é necessário uma mudança de 180.º escrevo eu, ou um outro tratamento onde as pessoas façam parte integrante do processo de mudança, sem elas não vamos a lado nenhum.
Lisboa, 22 de janeiro de 2015
Henrique Pratas
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