PEDRO & COSTA, POUCA VERGONHA ILIMITADA
30-01-2015 - Joaquim Pisco
A propósito das eleições na Grécia, os líderes dos maiores partidos políticos nacionais deram, mais uma vez, um triste espetáculo no antes e no depois da votação. No antes, do PS apenas alguns avisos à navegação e dos perigos que poderiam aí vir, mas somente de figuras menores (até porque das maiores figuras, grande parte anda em viagem até Évora), do PSD/CDS-PP, e num triste espectáculo de invertebrados subservientes e sem escrúpulos, um completo alinhamento com a Chanceler alemã, com o honesto primeiro-ministro espanhol e com os primeiros-ministros da Suécia, Finlândia e Holanda, que mais teriam em mente do que proteger os Bancos e empresas de cada um dos mencionados países, estando-se, perfeitamente, a borrifar para Portugal, Passos Coelho, Portas e António Costa.
Quanto ao depois do acto eleitoral, o PS, sem qualquer decoro, veio através do secretário-geral, informar que a posição da Grécia ao dar o poder ao Syriza era um aviso de que as politicas de austeridade não podiam continuar e que os diversos povos da Europa estavam fartos das mesmas. Quanto ao PSD-CDS, mais do mesmo, lá estava o nosso primeiro a lamentar-se da catástrofe que aí vinha, continuando o processo de bajulação e de lambe-botismo ao seus colegas governantes adeptos da austeridade para o povo e dos privilégios para o sector financeiro e bancário.
Dos resultados das mencionadas eleições gregas, resultaram vencedores, vencidos e extintos. Vencedores o Syriza e o partido de inspiração nacional-socialista Aurora Dourada; vencidos, o partido do anterior governo, Nova Democracia (PSD lá do sitio) e quase todos os outros; extintos, o PASOK (os socialistas lá da zona) que passou de 40% em 2010, para os actuais 4% e o antigo primeiro-ministro socialista, Geórgios Papandréu, que saiu do partido formou um outro e que teve o resultado de 0,05%, no entanto até hoje nem uma palavra do camarada António Costa em relação aos seus congéneres gregos … enfim só se comentam vitórias.
A verdade é que o povo grego, apesar das sucessivas e abusivas tentativas de chantagem e intromissão nos assuntos nacionais gregos, por parte de gentalha com responsabilidades noutros países, falou e, fartos de ladrões e gatunos em forma de políticos, assumiu a rutura com os políticos e partidos que levaram a Grécia à ruina de forma corrupta e criminosa, castigando-os onde mais lhes dói, na carteira e na falta de tacho para os segurar e sustentar.
Lá como cá, o PASOK (PS) ao deixar o poder, ou melhor ao ser empurrado do poder, deixou uma triste herança, altos dirigentes julgados e presos, suspeitas de corrupção no financiamento do partido e em recebimento de luvas por negócios com o estado, enfim… um fartar de vilanagem.
Quanto aos efeitos para Portugal, veremos se será a catástrofe que os políticos do centrão apregoam ou se este é o apontar para um novo caminho, diferente na acção e nos intervenientes e com melhores resultados, sendo certo que a situação actual é insustentável e quando os nossos políticos do costume afirmam não perceberem o seu descrédito completo e, por arrasto, o dos partidos que os sustentam, lá surgem todos os dias, cá e no resto da Europa, acusações judiciais de corrupção e histórias macabras de compadrio e utilização de dinheiros públicos em favor de alguns. O que mais custa é que a estes políticos corruptos e espertalhões, se juntam os outros, os ineptos e sem qualquer carisma, inteligência ou preparação para sequer se representarem a eles, quanto mais um povo ou uma região.
No entanto, não nos enganemos, grande parte da culpa da situação actual é nossa, dos portugueses que ou não votam ou votam sem questionar nos partidos do costume, sem analisar programas partidários ou currículos de candidatos, elegendo gente sem escrúpulos e outros, a maioria, sem coluna vertebral.
Ainda não é tarde para alterar o paradigma e olhar com atenção para as alternativas a este poder que não conhece pessoas ou rostos e faz-se representar por indivíduos nada fizeram, nem nada fazem na vida de relevante para o país, fazendo, desde cedo, carreira politica sempre mamando da teta pública. Iniciando-se nas jotas, onde aprendem o manual e estabelecem a rede de amigos para o futuro, amigos esses que ou por interesse ou por serem ainda mais ineptos do que o glorioso potencial líder, vão fazendo o energúmeno subir na hierarquia sem olhar a meios ou formas, até um cargo onde depois, com o dinheiro público, haverá retribuição dos favores anteriormente prestados e isto sem que haja qualquer preocupação com o mérito das pessoas ou com a capacidade destas em estar em lugares de responsabilidade. Por isto chegámos a situação onde hoje estamos.
Joaquim Pisco – Advogado
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