Uma ilusão chamada Sócrates
30-01-2015 - Francisco Pereira
Na sua edição de 22 do corrente trazia o jornal Público, um artigo de um bom rapaz que gosto de ler, apesar de nem sempre achar que o rapaz acerta, o título era sugestivo “A minha obsessão com Sócrates”, nesse artigo o jornalista João Miguel Tavares, discorre acerca da sua, dele, petit colère, de estimação contra o ditoso, anterior primeiro dos ministros de tão pouco grata memória.
No fim do artigo, o caríssimo jornalista remata assim o seu texto, “Porque o problema não está em Sócrates – está no país que permitiu que ele fosse duas vezes primeiro-ministro.”
Ora, pessoalmente não poderia estar mais de acordo, e em sinal de concordância, qual Dupont, eu direi mesmo mais, o problema está num país e numa sociedade que permitiu que Cavaco fosse duas vezes primeiro-ministro e mais duas Presidente, o problema está num país que permitiu um Santana Lopes e um Barroso primeiros-ministros, o problema está num país que permitiu por duas vezes um Guterres como primeiro-ministro, um país que permitiu que alguém da qualidade, questionável, de um Jardim, estivesse num lugar de poder uma trintena de anos.
O problema está que enquanto país somos uma MERDA, e escolhemos os que mais se destacam, nesta sociedade infecta, um país que adora, caucionar e enriquecer uma verdadeira trupe de ineptos, de chupistas incompetentes, de incapazes inúteis e de bandalhos, uma mescla de torpor sadomasoquista que faz deste país um dos piores antros de escumalha da cristandade, esse é o grande e único verdadeiro problema, um qualquer Sócrates, por muito bandido que se venha a provar, e terá de ser provado, que seja, não representada nada no enorme panteão de ineptos que pelas juntas, câmaras, e governos, se vão enchendo à conta do povaréu parolo e labrego.
Ainda ontem vociferava um desses sebosos infectos da partidocracia pútrida, que “Portugal não é a Grécia”, infelizmente não somos, esses ao menos certo ou errado lutam, tem coragem, procuram uma réstia de esperança, por cá fazem-se manifestações ridículas à porta de uma prisão, um primeiro-ministro menospreza sentido de voto de um outro país e um deputado da nação pergunta como é que os gregos vão pagar a sua dívida, quando devia era estar a perguntar, como é que nós vamos sobreviver neste país Portugal, que pode não ser a Grécia, mas que se afundará primeiro que a Grécia.
Francisco Pereira
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