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SAÚDE/EDUCAÇÃO

30-01-2015 - Henrique Pratas

Na passada semana presenciei um caso que partilhar convosco e que não o fiz mais cedo porque escrever sobre alguns acontecimentos requer algum distanciamento para que o emotivo não se sobreponha ao emocional.

Assim um rapaz de 14 anos, foi mandado para caso porque os senhores professores entenderam que o mesmo tinha gripe, pois queixava-se com dores no corpo. Lá mandaram o rapaz para casa a pé com o carrego da mochila às costas, sozinho ninguém se dignou acompanhá-lo.

Chegado a casa queixou-se à mãe o que sentia e de imediato esta a levou ao Centro de Saúde. Encontrou uma médica à séria e assim que olhou para o rapaz suspeitou de violência na escola, fez os exames que devia fazer chamou o INEM e a Escola Segura, serviço prestado pela Policia de Segurança Pública, (PSP) e apresentou queixa contra a escola pois entendeu ela como entendi eu que os senhores professores ou alguém naquele Estabelecimento de Ensino Escolar do Estado, se devia inteirar do estado do rapaz, não senhora era gripe doía-lhe o corpo, diagnóstico rápido e célere e vá de enviá-lo para casa sozinho.

Com a intervenção do INEM e da PSP – Escola Segura, as coisas tomaram outras proporções, não entrando muito em pormenores a PSP deslocou-se à escola e fez um auto de ocorrência responsabilizando a mesma pelo sucedido. O INEM, por seu lado fez o trabalho que tinha a fazer, imobilizou o jovem e transportou-o para o Hospital com as devidas precauções não existisse nada partido, pelo que sei e em termos correntes o rapaz estava todo amassado, levou pancada dos colegas na Escola Pública e ninguém deu por nada quando se queixou o diagnóstico foi gripe e a solução imposta foi ir para casa sozinho.

Só amanhã voltarei a ter notícias do rapaz que passou por esta situação, dado que é o dia de ir à médica que o amparou.

Este é o País em que vivemos umas vezes temos profissionais de saúde à altura e dignos desse nome, mas faltam professores ou auxiliares nas Escolas Públicas, onde a função do professor não é só debitar matéria, mas sim educar.

Resumindo quando funciona a Saúde não funciona a Escola, nunca temos as Instituições a funcionar ao mesmo tempo e “sintonizadas”, que fadar o nosso será que algum dia iremos ter as Instituições a prestarem um serviço condigno das pessoas que somos.

O que lhes acabei de contar é um caso como estes haverá muitos e qual é o papel do Estado, no caso vertente do Ministério da Saúde versus Ministério da Educação e Ciência, bonito este último nome, mais bonito escrevo eu, se fizesse jus ao nome, a Escola Pública deveria ser o local privilegiado onde os nossos estivessem a salvo de ocorrências violentas e onde a educação fosse privilegiada em desfavor de interesses particulares e mesquinhos.

As Escolas foram construídas para praticar os actos decorrentes da Educação, isto é o a aprendizagem e simultaneamente o local onde a juventude pudesse criar hábitos de trabalho, fossem trabalhados os valores, fosse desenvolvida e questionada a questão da ética.

A Escola deveria ser o local onde se formam em toda a acepção da palavra os nossos jovens com particular incidência no Ensino Básico mas não é. É o primeiro local onde se instiga a que as crianças e os jovens sejam competitivos no mau sentido da palavra. É a competição pela competição, sonegando informação, conhecimento e não partilhando-a como era hábito no meu tempo, em que em dias de provas na Instrução Primária, quando as terminávamos, encontrávamo-nos cá fora e mostrávamos tudo o que tínhamos feito e como, os resultados a que chegávamos, às vezes não coincidentes, mas a aprendizagem é isto, a partilha de resultados coincidentes e não coincidentes, o que é certo e errado é uma outra coisa diferente e muito difícil de explicar, quantas vezes chegávamos a resultados iguais, mas com processos de cálculo diferentes.

Falta-nos muita coisa mas a partilha é uma delas, andam sempre a esconder coisas para quê as pessoas valem pela sua capacidade de pensar e pelo que têm dentro da cabeça e não pela sua aparência, eram bom que partilhássemos mais vezes as boas e as más coisas que nos acontecem, certamente a nossa vida seria completamente diferente para melhor e o espirito de entreajuda e de solidariedade seriam mais desenvolvidos, que nem sequer daríamos por eles, seriam uma coisa normal numa sociedade normal, mas como sabem não é isso que acontece e quem é que tira proveito disso, deixo-vos com esta interrogação é um belo exercício de introspecção.

Henrique Pratas

 

 

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