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DESCALABRO

23-01-2015 - Henrique Pratas

Em qualquer processo de mudança numa sociedade existem sempre excessos, nós em Portugal logo a seguir ao 25 de abril de 1974, até porque estávamos de liberdade e de outros direitos há muito tempo evoluímos num bom sentido, os trabalhadores conseguiram direitos que não tinham as pessoas tiveram a possibilidade de se manifestar e de reclamar os seus direitos e bem, é certo que uma das vezes estes processos foram pacíficos e decorreram de uma forma democrática, outras não foram mais tumultuosas, mas nunca na minha opinião se cometeram atropelos ou fizeram desmandos como os que hoje acontecem.

As pessoas para morreram agora basta que vão às urgências dos nossos Hospitais, na semana que termina, morreram sete (7) pessoas que estavam dentro de uma instituição onde é suposto a pessoas dirigirem-se para ser tratadas, quando se encontram gravemente enfermas e o que está a acontecer é surreal, morrem pessoas nas urgênciasdos hospitais.

Não contentes com isto estes nossos Des) Governantes têm saídas como as de ontem em que o Ministro da Economia e o Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações declaram que no processo de privatização da TAP, criaram uma cláusula de salvaguarda para os trabalhadores sindicalizados nos SINDICATOS, que assinaram o acordo e que representam apenas 40% dos trabalhadores da empresa, não podem ser despedidos através da figura do despedimento colectivo, então os outros 60%, a maioria, ficam a descoberto. Eu só pergunto como é que é possível as personagens que pronunciaram as referidas declarações dizerem uma coisa destas, fazem-no aqui no nosso País que somos de brandos costumes se fosse noutro País certamente que não o fariam.

Hoje à pressa o Primeiro-ministro vem desdizer o Ministro da Economia e o Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, afinal a cláusula já abrange todos os trabalhadores. Mas o que é isto, as personagens que produzem afirmações irresponsáveis e descabidas de qualquer consistência técnica ou jurídica, não são responsabilizadas pelo que dizem, andam a brincar com o “pagode” e não sofrem as consequências do que dizem e fazem.

A par disto assistimos a informações que retiraram a duas pessoas que não vou escrever os nomes para não fazer publicidade, as condecorações que lhes foram atribuídas. Faz-me recordar os namorados, no antigamente, que quando se zangavam entregavam as cartas trocadas e as prendas oferecidas, isto é simplesmente ridículo e eu tenho vergonha de tudo o que está a acontecer, que País é este que pessoas são estas, não me revejo nisto.

Voltando ao início da minha escrita era de esperar que as pessoas que ficaram ressabiadas com a abertura que o 25 de abril nos trouxe, sim a todos nós, porque vivíamos num País fechado, obscurantista e a distribuição da riqueza estavam concentradas em poucas mãos, as alterações introduzidas incomodaram muita gente e essa gente deixou descendentesou eles próprios que ainda estão vivos têm uma sede de vingança público e notório eu não consigo entender esta gente ou consigo por não sou tão ingénuo quanto isso, os detentores do capital querem voltar a espezinhar quem apenas tem como bem a sua força de trabalho.

O que está a acontecer para além de ser desumano extravasa todos os limites da ética da consciência e da moral, vou mais longe até da própria religião para um País que se diz católico o que ocorre nada tem a ver com os princípios que norteiam ou deviam nortear a religião católica.

Como é que possível tanta desumanidade, os enfermeiros e os auxiliares andam a trabalhar em condições deploráveis alguns deles arrastam-se para os Hospitais onde exercem funções, com pneumonias ou outras infecções, como broncopneumonias mal tratadas porque não podem ficar em casa para se tratarem convenientemente porque o subsidio de doença que lhes é atribuído não dá para suportarem os encargos que assumiram, se alimentarem convenientemente e poderem dar educação aos filhos, estamos a autodestruir-nos é isso que pretendem.

Entendo que chegou o momento de dizer basta nós somos PESSOAS queremos ser respeitados assim como respeitamos os outros, não somos OBJECTOS DESCARTÁVEIS.

Apenas mais uma pequena referência relativamente à posição de força que o Governo francêsadoptou para resolver a situação do atentado que ocorreu em Paris, já o escrevi e volto a escrever a situação requeria, na minha opinião, ser tratada com outra diplomacia, que não a utilização de uma situação de força musculada fortemente e os resultados estão à vista, já ocorreram outros episódios noutros países e os casos vão multiplicar-se, será que ninguém consegue ver o que estou a escrever o que é que queremos, destruição, fome, miséria, mortos, degradação do funcionamento das instituições, caminhamos a passos largos para o abismo e somos nós que estamos a caminhar nesse sentido nem sequer temos ninguém em empurrar-nos, somos nós que de vontade própria estamos a avançar para o descalabro.

Como é que as pessoas conseguem ser tão más e irresponsáveis?

Henrique Pratas

 

 

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