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Cadernos da (des) Educação (III)

29-11-2013 - Francisco Pereira

A tão propalada autonomia e a passagem de responsabilidades do sector da Educação para as câmaras é outra atrocidade plena de ideológicas certezas de destruição completa da escola pública. As câmaras não possuem estruturas que permitam efectiva e de forma eficaz gerir as questões da Educação, à que distinguir entre a gestão de merceeiro da Educação, que a maioria das câmaras faz, e pessimamente como se verifica quase diariamente, e a verdadeira gestão da Educação, onde os pseudo gabinetes de educação que agora tão em moda nas câmaras, poderiam desempenhar um papel, acaso por lá existissem pessoas que percebam efectivamente e dominem as abrangências e relacionamentos complexos da pedagogia educativa, os dilemas que a Educação enfrenta, os desafios, e o mundo novo das abordagens pedagógicas que os conteúdos da Web 2.0 e das TIC vieram trazer, mas para isso seria necessário que nas câmaras existisse gente com noções de pedagogia e das novas correntes da Educação, infelizmente, tal não acontece a Educação das câmaras é gerida por meros merceeiros, com aliás se prova pelo estado miserando das escolas e a administração do pessoal não docente.

O que nos leva à questão do pessoal não docente. O pessoal não docente das escolas, vulgarmente conhecidos por auxiliares, no actual jargão idiota diz-se assistentes operacionais, é uma questão muito delicada, que deveria fazer os responsáveis parar, reflectir e perceber a importância que este tipo de profissionais ocupa numa escola. É sobremaneira essencial que as pessoas colocadas num local tão sensível como é uma escola seja gente com apetência, capacidade e formação para trabalhar ao lados dos docentes, coadjuvando sempre que necessário nas actividades.

Mais uma vez é com desprazer que assistimos preciosamente ao contrário, é atroz a falta de formação, pessoal, profissional e por vezes moral que grassa no conjunto das pessoas que desempenha este tipo de atribuições, apesar de ser dito que fazem formação, essa formação não passa as mais das vezes de um pró forma, um tapar do Sol com a peneira.

De uma vez por todas é urgente que se encare a carreira não docente com seriedade e com a real importância que estas pessoas assumem no ambiente escolar, os actuais exemplos, onde mais uma vez as câmaras pontuam pela péssima e negligente imagem que produzem na contratação destas pessoas. Enquanto a dignidade profissional e a formação exigente não imperar como modelos de optimização, nada mudará e continuaremos a ter esta educaçãozinha que temos!

Francisco Pereira

 

 

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