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Cadernos da (des) Educação (II)

22-11-2013 - Francisco Pereira

Menosprezamos a Pré escola como algo menor, uma espécie de entretém para crianças. Infelizmente, pais e governantes parecem não perceber que é o mais importante de todos os graus de ensino, nele se criam as bases para a progressão enquanto aluno e enquanto cidadão de uma criança, treinam-se as competências, treinam-se essencialmente os modelos de socialização que lhes irão fazer falta ao longo de toda a vida.

Os próprios pais, parecem olhar a Pré como um depósito, não percebendo mesmo quando lhes é sucintamente explicado a importância desse nível de ensino e a importância dos modelos comportamentais em casa serem equilibrados e harmonizados com aquilo que vem da escola, essa sim uma excelente maneira do os pais participarem e trabalharem em conjunto com a escola, esqueçam lá as festarolas parolas, os arrais e as feiras medievais e os trabalhos muito bonitos e brilhantes feitos quase em exclusivo pelas educadoras e assistentes, preferimos um trabalho sem brilho, mal recortado mas feito pela criança do que os brilharetes que por aí se vêem e nos quais a criança não teve intervenção alguma.

A Pré é pela especificidade talvez o mais importante nível de ensino, não esquecer que está em causa nesse nível de ensino a despistagem precoce de muitas situações que podem dificultar as aprendizagens. Ciente dessa importância a UNESCO, publicou em 2008 um documento* sobre a necessidade de políticas concretas para o ensino Pré-escolar, como garante de um maior e melhor desenvolvimento das crianças. Seria interessante que muitos directores de agrupamentos e até os nossos ministros lessem esse documento, e finalmente se percebesse o que é o ensino Pré-escolar, o que deve ser, e finalmente se deixasse de inventar.

Um tema leva a outro e a questão dos programas, é outra diatribe que leva aos maus resultados, agora que iremos assistir a mais uma mexida, promovida pelo actual ministério, que ao invés de ministério da Educação deveria chamar-se ministério da confusão e da trapalhada, tais e tão grandes têm sido as asneiras destes ministérios. A Educação não se trata a pontapé, a Educação é o princípio básico dos estados modernos, sem ela não existe equidade, não existe desenvolvimento e o país não avança, pois a Educação é o pilar mais importante para o progresso de um país, o saber e o conhecimento são os reais motores das economias evoluídas.

No entanto em Portugal os vários governos parecem não concordar com o anteriormente exposto e fazem da educação uma negociata torpe e condenam ao miserabilismo um povo que se afunda na ignomínia da ignorância, ontem como agora, os governos pretendem cidadãos autómatos e não cidadãos plenos.

*http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001593/159355e.pdf

Francisco Pereira

 

 

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