“Ó SR. GUARDA, DESAPAREÇA!”
12-12-2014 - Joaquim Pisco
Os últimos tempos, para as figuras que, na mente de alguns, representavam o créme de la créme da sociedade portuguesa, politica, intelectual e da alta finança, tem sido conturbados e trouxeram à tona alguns aspectos menos … digamos … agradáveis, de alguns compagnons de route que, pela idade, responsabilidades prévias e descaramento confirmam aquilo que todos os que frequentam, mais ou menos assiduamente, o antro que é a politica em Portugal já sabiam e praticam mas que, por motivos óbvios, só agora sobressaem como realidade.
A velha máxima de que os amigos protegem-se a qualquer custo e sem olhar a meios, os inimigos combatem-se até à exaustão e a quanto aos outros, bom … aplique-se a Lei, tem sido, ultimamente aplicada repetidamente e com um descaramento que deveria revoltar o mais empedernido dos cidadãos, mas que, em face dos envolvidos, não cria mais do que um sentimento de complacência e resignação que nos deveria envergonhar como nação valente e imortal.
Por mim, como cidadão que paga os seus impostos e que deseja continuar a trabalhar em Portugal e no seu concelho de origem apesar das dificuldades vigentes, é fácil de retirar duas ou três conclusões decorrentes dos factos postos a nu nos últimos tempos, designadamente: a) os partidos (todos sem excepção) sequestraram o país e são, neste momento e com a lógica decorrente do seu actual funcionamento, o principal obstáculo a que as instituições operem regularmente, uma vez que:
- bloqueiam sistematicamente todas as tentativas honradas de limpar o sistema;
- não dificultam ou impedem o acesso a cidadãos menos escrupulosos a lugares de responsabilidade e principalmente de gestão directa de recursos, desde que os mesmos detenham o cartão do partido têm via aberta para a coisa publica;
- promovema ascensão social e advenientemente económica não dos mais aptos e pelo mérito, mas sim dos mais obedientes e leais seguidores de pseudo futuros lideres, nomeadamente através das jotas partidárias que ao invés de servirem como escola de virtudes e livre pensamento, são a incarnação de tudo o que correu mal e tanto é contestado nos antigos e actuais estados comunistas;
- impedem a livre discussão sobre aspectos fundamentais do funcionamento de um Estado, tal como seja a Justiça, a Educação e a Saúde, apelidando de populistas e demagogos todos os que fujam ao rebanho e apresentem novas ideias ou adequações comportamentais e isto, claro, sempre com o apoio da classe jornalística sempre ávida de sangue, mas sempre temente e respeituosa de quem detém o poder ao momento;
- impedem ou pelo menos denotam um desconforto imenso acerca da responsabilização judicial/penal/económica de actos de má gestão ou administração por detentores de cargos políticos – de notar que a má gestão não pode ou não deve ser confundida com situações criminosas tais como corrupção (passiva ou activa), peculato, abuso de poder, branqueamento de capitais, etc.
Com isto não quer dizer que não sejam importantes os partidos, mas a verdade é que a mediocridade está instalada e os responsáveis dos mesmos, salvo honrosas excepções, não permitem quaisquer mudanças, para que os seus pequenos feudos não sejam ameaçados por bárbaros que não obedeçam aos requisitos pré-estabelecidos desde tenra idade, a saber, não levantai ondas, não apresente ideias novas sem aprovação prévia do líder e, lastbutnotleast, o líder tem sempre razão, excepto quando deixa de ser líder-.
Joaquim Pisco - Advogado
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