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O erro continuado. Não a Descartes

07-11-2014 - Eurico Henriques

No artigo anterior referi a situação da Ordem Terceira da Penitência em Almeirim. Indiquei o Breve do Papa Bento (Benedito) que saiu com o número XVI quando na verdade será XIV, a proximidade do que saiu há pouco, traiu-me. Fica a alteração.

Ontem ouvi e vi a famosa Senhora. A nossa Merkel. A da Alemanha. Nossa porque está sempre a falar em nós e a dar ordens e recados. Desta vez até estou de acordo com ela.

Portugal tem muitos licenciados. Não é um país comparável à Alemanha e tem a mesma percentagem. Coisa esquisita. Ao contrário tem poucos (muito poucos) cursos de formação profissional, quer dizer não aposta na formação dos jovens.

Logo – mas existo – há muito desemprego no grupo dos licenciados. Isto, para a justa Senhora, não é aceitável e não podem pedir mais dinheiro para o desemprego jovem. Atenção eles, alemães, estão a aproveitar esta situação pois recebem gente já com formação superior para a qual não gastaram qualquer verba.

Esta situação traz-me à memória o que se passou no ano de 1975. O senhor major Vitor Alves, magrinho e de barba, era Ministro da Educação. Foi muito engraçada esta época em que os militares sabiam tudo e eram capazes de tudo.

Os professores das Escolas Comerciais e Industriais saíram à rua a manifestarem-se. Com o Sindicato de professores ao lado. Que não podia ser. Havia discriminação entre professores do ensino liceal e do ensino técnico profissional. A maioria destes professores era constituída por indivíduos que tinham feito a formação nessas Escolas. Estavam descriminados porque não ganhavam o mesmo que os outros. O ensino liceal era elitista. Etc.

Desenvolveu-se uma pregação relacionada com a igualdade dos trabalhadores e outras que mais.

Resolução. Cria-se o Ensino Unificado. Acabaram-se as Escolas Comerciais e Industriais. Nestas Escolas havia um corpo de equipamentos mecânicos e técnicos especializados para os cursos que se lecionavam: eletricistas, mecânicos, fresadores, escriturários, secretárias, dactilógrafas e os, canalizadores e outros. Os que concluíam a formação de 5º e 6º anos (dessas escolas) seguiam ou para a via profissional ou então para os Institutos Comerciais ou Industriais. Todos sabíamos que nos cursos universitários ligados às engenharias e contabilidade e finanças, os alunos dos institutos tinham mais facilidades de aprendizagem, dado o currículo dos cursos que tinham frequentado.

A criação do Ensino Unificado provocou o fim da formação profissional em todas as áreas e estigmatizou essa formação.

Ainda hoje pagamos por isso. Precisamos de técnicos intermédios e não os há. A criação das Escolas Profissionais surgiu para ultrapassar esse vazio. Mas não foram nem são suficientes.

O nosso problema é que só acordamos quando os outros nos gritam ao ouvido (ou às orelhas).

Eurico Henriques - Lic.º em História. Mestre em Ciências da Educação.

 

 

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