O BULLYING NAS ESCOLAS DE ALMEIRIM

09-05-2025 - Eduardo Milheiro

Num ano em que o Director do Agrupamento de Escolas foi reconduzido no cargo por mais quatro anos, continua a viver-se uma paz podre nas Escolas do nosso Concelho de Almeirim.

Entre muitas outras situações, falamos hoje, aqui, sobre um problema que impacta directamente na saúde física e mental dos nossos Filhos, Irmãos, Sobrinhos, Netos, Primos… e como tal nas nossas Famílias.

Bullying

Muito se diz e escreve sobre este tema. Nunca, em todas as abordagens que vi, li e ouvi, tive a noção da extrema gravidade do mesmo, até, infelizmente, o sentir na pele.

Bullying é o assédio moral ou intimidação sistemática a uma pessoa de forma intencional e repetida que pode acontecer na escola ou no trabalho através de ações verbais, mensagens escritas e/ou abuso físico e psicológico, causando sofrimento e angústia para a Vítima.

Essa situação é mais comum de acontecer na infância e na adolescência, resultando em baixo rendimento escolar, problemas psicológicos graves, baixa autoestima, isolamento e comportamentos suicidas, em alguns casos.

Se em adulto é complicado lidar com esta situação, em criança / adolescente esta dificuldade aumenta exponencialmente. Os nossos jovens estão a formar personalidade, a aprenderem a serem Homens / Mulheres e ainda não têm formadas uma série de competências que os capacitem de alguma defesa ou compreensão do que se passa.

Não me vou alongar nas causas do Bullying nas Escolas, até porque não tenho formação técnica que o permita. Deixo isso para Psicólogos e Pedopsiquiatras. Apenas me vou focar no que a Sociedade e a Escola fazem (ou não) nestas situações na nossa terra – Almeirim.

No caso das crianças e jovens, maior parte das vezes, estas situações acontecem dentro ou no perímetro da Escola, que é onde passam maior parte do seu tempo e onde existe uma convivência mais apertada. Por isso mesmo, tratando-se de uma “zona de risco”, digamos assim, quem tem a responsabilidade de gerir a Escola tem o dever e obrigação de gerir mais este comportamento.

Gerir é lidar com “redflags”, é identificar potenciais problemas, é agir quando eles podem acontecer ou quando acontecem. Junto dos Agressores e junto das Vítimas. Porque a descompensação acontece em ambos os lados.

É garantir que, quando nós, Pais, Avós, Tios, Irmãos, deixamos os nossos meninos / meninas na Escola que eles ficam seguros. Que pelo menos, não são agredidos física e psicologicamente. Que não sofrem com essas agressões.

Nas Escolas do Concelho de Almeirim isto não acontece;

O nosso jovem pode ser agredido por outros dois jovens dentro da Escola e nada se passa;

O nosso jovem pode ser agredido por um adulto que entra DENTRO da Escola e nada se passa;

Pior: o nosso jovem pode fazer queixa ao Sr. Director do Agrupamento de Escolas da agressão e, depois de ter tido o pescoço apertado por um colega com o dobro do seu tamanho e um adulto estranho á Escola mas que entrou na Escola o ter agredido com um chapéu de chuva na cabeça, nada se passa.

Isto não é ficção, aconteceu num caso muito próximo que inclusive corre termos em Tribunal porque foi considerado Crime Publico por ter sido praticado no Espaço Escola.

E, sim, as Autoridades Judiciais funcionaram e estão a funcionar. O que falhou e continua a falhar é a Direcção da Escola.

Que justifica casos graves de agressão com “são desentendimentos”. Que não presta o devido apoio á Vítima. Que ignora e se cala quando é questionada sobre o que fez. Que inclusive ignora respostas atempadas solicitadas pela sua própria hierarquia após Queixa apresentada ao Ministério de Educação.

Os contornos são horríveis, o cuidado extremo porque as situações são muito delicadas. Mas há agressões. Há um fechar de olhos e olhar para o lado nada compatível com as funções e responsabilidades que nós, enquanto Cidadãos e, portanto, Estado Português, conferimos ao Sr. Director e sua Direcção.

Tenham vergonha, Sr. Director e Sras. Adjuntas de Direcção, e comecem a fazer o vosso trabalho.

Para as funções que publicitam que têm vocação e formação e para o que, em última análise, vos pagamos todos os meses.

Eduardo Milheiro

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