Edição online quinzenal
 
Domingo 6 de Outubro de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

NOMENCLATURAS TENDENCIOSAS

09-08-2024 - José Janeiro

As recentes eleições em França voltaram a trazer ao espaço público, a já gasta nomenclatura tendenciosa de “extrema-direita”, para se referirem aos partidos de características nacionalistas e com políticas mais liberais. Supostamente o papão desses partidos, não é o que pintam no espectro da comunicação social e a prova está nos governos hoje de direita eleitos democraticamente, quer em Itália, Áustria ou mesmo Países Baixos, entre outros, onde a politica que se julgava ser restritiva da liberdade e de índole fascista, afinal são apenas politicas estruturalmente conservadoras e nacionalistas de protecção contra agressões. Já as políticas de extrema-esquerda têm exemplos nefastos nos países onde conseguiram ganhar espaço: Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, ou mesmo China ou Rússia onde a liberdade não passa de uma miragem e a economia um factor de divisão e não de igualdade de oportunidades, que dizem defender, levando ao controlo absurdo dos povos produzindo abismos, os tais que acusam serem apanágio da extrema-direita.

No cenário da comunicação social, as nomenclaturas tendenciosas usadas para descrever esses grupos políticos desempenham um papel crucial na formação da opinião pública, e eles sabem isso! Termos como "extrema-direita" frequentemente carregam conotações negativas e procuram influenciar a percepção pública de maneira significativa. Paradoxalmente, o reverso “extrema-esquerda”, não é usado como nomenclatura para indicar o lado oposto dos movimentos políticos daquela área, cuja perigosidade é por demais evidente historicamente.

O Significado de "Extrema-direita"

O termo "extrema-direita" é geralmente usado para descrever grupos ou indivíduos que defendem posições políticas autoritárias, nacionalistas, xenófobas ou ultraconservadoras. No entanto, a sua aplicação pode variar amplamente dependendo do contexto e das intenções de quem o usa. Essa nomenclatura carrega uma carga negativa significativa, frequentemente associada a movimentos fascistas, neonazistas e a outras ideologias radicais, o que está nas antípodas dos actuais partidos de direita.

Exemplos de Nomenclaturas Tendenciosas Relacionadas à "Extrema-direita":

  1. Populista de Direita vs. Nacionalista Radical :
    • Populista de Direita pode sugerir uma figura política que apela ao senso comum e às necessidades das "pessoas comuns".
    • Nacionalista Radical implica uma ideologia agressiva e potencialmente violenta.
  2. Conservador Tradicional vs. Reacionário de Extrema-direita :
    • Conservador Tradicional refere-se a alguém que apoia valores e normas tradicionais.
    • Reacionário de Extrema-direita sugere uma oposição agressiva a qualquer mudança e uma adesão a ideologias ultrapassadas.
  3. Patriota vs. Ultra-nacionalista :
    • Patriota tem uma conotação positiva de amor pelo país.
    • Ultra-nacionalista implica um nacionalismo extremo e frequentemente exclusivista.

Impacto da Nomenclatura "Extrema-direita"

O uso do termo "extrema-direita", de forma irracional, como é feito, tem como objectivo moldar a percepção pública de forma poderosa e de forma tendenciosa. Ao rotular um grupo ou um indivíduo com essa nomenclatura, os mídia procuram influenciar o público a olhar para esses atores políticos como perigosos, radicais e antidemocráticos. Isso pode levar a uma marginalização desses grupos e à polarização do debate político.

Efeitos na Política e na Sociedade

Na política, o rótulo de "extrema-direita" é assim usado para deslegitimar adversários e restringir o espaço para um debate político saudável. Essa terminologia é instrumentalizada para criar medo e dividir a sociedade. Além disso, procura dificultar a capacidade dos eleitores de entenderem plenamente as plataformas políticas e as nuances das posições defendidas por esses grupos políticos.

Já o oposto, é encoberto e considerado um canto de cisne, e uma ideologia benéfica para as populações apesar de serem piores em termos de radicalização de posições. A extrema-esquerda a coberto de supostos benefícios para a população encobrem com ajuda da comunicação social as suas verdadeiras intenções: a anarquia, utopia e a indigência economia. O padrão de defesa é trazerem para o espectro politico, não as ideias que defendem, mas a acusação via silogismos irregulares de base entima onde fazem uso de algo incompleto e de premissa subentendida. Em suma, uma baixeza.

O Significado de "Extrema-esquerda"

O termo "extrema-esquerda" é geralmente usado para descrever grupos ou indivíduos que defendem posições políticas radicalmente progressistas, revolucionárias ou socialistas, muitas vezes com ênfase em mudanças profundas no sistema econômico e social. Essa nomenclatura, versus a usada para definir partidos de direita, não comporta, via encobrimento pela comunicação social, uma carga negativa por omissão. A não associação desses grupos a ideias de wokismo, instabilidade, radicalismo, e até mesmo de violência, leva ao branqueamento das suas politicas e das suas reais intenções de controlo com a distracção das nomenclaturas tendenciosas para com o espectro politico oposto.

Exemplos de Nomenclaturas Tendenciosas Relacionadas à "Extrema-esquerda"

  1. Progressista vs. Radicais de Esquerda :
    • Progressista sugere um compromisso com mudanças sociais e econômicas graduais e positivas.
    • Radicais de Esquerda implica uma abordagem extremista e possivelmente violenta para alcançar mudanças.
  2. Socialista Democrático vs. Comunista :
    • Socialista Democrático refere-se a um apoio a políticas socialistas dentro de um quadro democrático.
    • Comunista pode evocar associações com regimes autoritários e a história do comunismo no século XX.
  3. Ativista vs. Extremista de Esquerda :
    • Ativista tem uma conotação positiva de engajamento cívico e luta por justiça social.
    • Extremista de Esquerda sugere uma disposição para usar meios drásticos e não convencionais para alcançar objetivos.

Impacto da Nomenclatura "Extrema-esquerda"

O uso do termo "extrema-esquerda" tem um impacto significativo na formação da opinião pública, pelos supostos benefícios padrão levando o público a imaginar direitos e benesses colectivas inexistentes. Ao rotular um grupo, ou indivíduo, com a omissão dessa nomenclatura, os mídia procuram influenciar o público a ver esses atores políticos como radicais “do bem” que não ameaçam a ordem instituída. Não levando á marginalização.

Efeitos na Política e na Sociedade

Na esfera política, não rotular adversários como pertencentes à "extrema-esquerda" é uma estratégia para legitimar as suas propostas e aumentar o seu apoio popular. Isso cria um ambiente ilusório desse grupo de políticos, confundindo os eleitores sobre as verdadeiras intenções e políticas desses grupos. A não-aceitação dos resultados eleitorais que tenham decorrido de eleições democráticas por parte destes colectivos de extrema-esquerda, levam invariavelmente a actos insanos que procura dar força ás suas ideologias. Já os partidos do espectro politico oposto têm procurado apenas o debate de ideias sem radicalismos, esta é a diferença!

A Busca pela Neutralidade na Comunicação Social, precisa-se!

Para fomentar um debate público mais equilibrado e informado, é crucial que a comunicação social adote uma abordagem mais neutra e precisa ao descrever grupos políticos. Isso implica refletir cuidadosamente sobre os termos usados e esforçar-se para evitar rótulos carregados de conotações pejorativas.

Os pontos fundamentais dessa neutralidade passam por:

  1. Contextualização e Precisão : Fornecer detalhes sobre as posições e ações específicas dos grupos políticos, em vez de recorrer a rótulos amplos e imprecisos.
  2. Diversidade de Perspectivas : Incluir uma variedade de vozes e visões na cobertura jornalística para oferecer uma visão mais completa e balanceada, sem cercas comunicacionais.
  3. Educação e Formação : Capacitar jornalistas sobre a importância da terminologia precisa e os efeitos das nomenclaturas tendenciosas na percepção pública.
  4. Comunicação social APARTIDARIA : Os jornalistas devem cumprir o seu código deontológico e limitar-se a informar sem rotulagens e sem a sua própria visão.

Conclusão

A terminologia empregada na comunicação social desempenha um papel crucial na formação da percepção pública sobre os grupos políticos. O uso das nomenclaturas de “extrema-direita”, encobrindo no lado oposto as conotações de “extrema-esquerda”, influencia negativamente a opinião pública e polarizam o debate político. Adotar uma linguagem neutra e precisa é essencial para uma comunicação social que contribua para um diálogo democrático saudável e informado.

Até á proxima

José Janeiro

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome