qualquer dia…
uma roseira no alpendre
se fomos nós a pô-la pode anunciara coragem
de construir beleza nas tripas do quotidiano e da miragem
cantar às bruxas
exorciza a inquietação do tumulto e do sentido e o perigo dissipa o medo
da ausência de nós e do olvido
importa então agir
sobre a memória do futuro incerta imagem do ser
que os ácidos etéreos
hão-de ainda revelar
ou corromper
a cidade da utopia
não existe
e nuncavivemos lá mas quando nos falam dela todos se lembram bem
como será
fernando pacheco
(no inverno penso muito… Zeca Afonso)
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