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Cortejo que chega a Kiev não traz o Carnaval

04-03-2022 - Inês Schreck

A Leste, o exército russo expande-se sobre o terreno ucraniano semeando a destruição. Saídos de dois anos de pandemia, olhamos incrédulos para os ataques a Kiev e a Kharkiv em pleno dia de Carnaval.

A coluna do exército russo com 64 quilómetros de comprimento aproxima-se de Kiev, lenta e ameaçadora. São milhares de tanques e camiões verdes escuros, com lonas a cobrir soldados, artilharia e planos secretos desenhados por Vladimir Putin, do lado de lá da fronteira. O mapa da invasão, divulgado pelo Ministério da Defesa inglês no Twitter, dá uma ideia da estratégia, mas só fala do presente, falta-lhe o futuro para podermos adivinhar o que aí vem.

As sirenes na capital da Ucrânia não param de soar. A torre de transmissão de televisão foi bombardeada e a cidade pode ficar "nas trevas" durante várias horas. Mas, por ora, as imagens continuam a chegar. E continuam a mostrar milhares de pessoas, velhos, novos, famílias inteiras desorientadas, a tentar fugir em comboios apinhados, certos de que pode ser a última chance de abandonarem Kiev. A ONU já conta mais de 660 mil refugiados e estima que 12 milhões de ucranianos venham a precisar de ajuda.

A manhã trágica em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, não deixa muitas dúvidas sobre o que poderá acontecer no coração da Ucrânia. O ataque a Kiev está iminente e pode ser acompanhado ao minuto aqui.

De olhos postos na guerra, quase esquecemos que há dois anos estávamos a tremer perante um vírus sem rosto que matava indiscriminadamente. Não vinha de camuflado, nem entrava nas cidades em tanques e camiões. Mas deixou um rasto de sofrimento e de sacrifícios que ficaram gravados na memória coletiva.

Dois anos sempre de olhos nos números, que nos comandaram a vida e amarraram a liberdade, e nas histórias de fazer sorrir ou chorar. Na edição especial desta terça-feira sobre a pandemia, olhamos para o futuro e contamos, em imagens e palavras, momentos de dor e esperança, mas sobretudo o lado resiliente, empreendedor e criativo dos portugueses que, tal como um experiente médico do Hospital de S. João, souberam ir encontrando a bonança no meio da tempestade.

Não parece, mas é. Hoje é dia de Carnaval, apesar dos tanques que entram em Kiev, apesar da pandemia que nos alterou as rotinas.

Os festejos foram interrompidos em 2021, mas voltaram esta terça-feira às ruas, ainda que timidamente. Em Barcelos, os carros alegóricos e centenas de foliões desafiaram a chuva para cumprir a tradição do Carnaval de Pereira, o mais antigo do concelho.

As saudades eram muitas e levaram uma multidão ao mais genuíno e tradicional Carnaval do país. A festa do Carnaval ao Entrudo Chocalheiro de Podence, em Macedo de Cavaleiros, classificada como Património da Humanidade, está a rebentar pelas costuras desde domingo.

Um pouco de alegria em dias cinzentos porque, como diz o sábio povo, no Carnaval ninguém leva a mal!

Fonte: DN.pt

 

 

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