COMUNICAÇÃO SOCIAL LOCAL E REGIONAL

24-12-2021 - Francisco Garcia dos Santos

Ocorreu-me que no final do ano de 2015 o Eduardo Milheiro me convidou para colaborar neste jornal com artigos de opinião. Como ambos sabíamos quais as ideias políticas um do outro, tivemos o pequeno diálogo que, de memória, reproduzo:

- Se gostas de escrever, não queres fazer isso para O Notícias de Almeirim?

- Sabes quais são as minhas ideias políticas, pelo que não gostarás do que possa escrever.

- Sou coerente com aquilo que defendo: a liberdade de expressão e o pluralismo.

Portanto, se não fores para lá insultar pessoas, quer goste ou não goste, publico - não uso “lápis azul”.

- Está bem!

Assim começou a minha colaboração com O Notícias, a qual, ao longo destes 6 anos, me tem dado particular satisfação, orgulho em pertencer a uma “equipa” de excelentes cronistas e, sobretudo, me permitiu estabelecer boas amizades pessoais “à distância”, como são os casos do José Janeiro, Pedro Pereira e Francisco Pereira.

Concluindo, O Notícias de Almeirim é um “espaço de liberdade e pluralismo” que mete num “chinelo” os grandes jornais, rádios e estações televisivas de âmbito nacional.

Serve isto para fundamentar a minha opinião -e cada vez mais arreigada!- de que os jornais, rádios e alguns canais de tv locais e regionais são muito mais isentos e pluralistas do que os meios de comunicação social de âmbito ou expansão nacional, os quais, como bem se sabe, foram “comprados” por António Costa por 13 milhões de Euros a título de subsídios a fundo perdido “à conta” de perdas provocadas pela Covid.

De facto, se nos recordarmos das eleições autárquicas de Outubro passado, os debates televisivos e notícias sobre as candidaturas resumiram-se a “meia dúzia” de grandes Municípios urbanos, sobretudo do litoral do território continental do País, olvidando a grande maioria dos que se encontram no interior do mesmo. É certo que não seria possível efectuar debates televisivos entre todas as formações políticas concorrentes às autarquias da totalidadedo território, mas, ao menos, poderia ter sido divulgada alguma informação sobre as mesmas -mas não!

Hoje, estando já Portugal em pré-campanha eleitoral para as eleições legislativas de 30 de Janeiro de 2022, os ditos “grandes” meios de comunicação social apenas entrevistam líderes de partidos com assento parlamentar e ainda do irrisório Livre, que perdeu logo em 2020 a sua única deputada “guineense” JoacineKatar Moreira, e por expulsão desta do partido. Já quanto a outros pequenos partidos, ainda que com razoável implantação nacional e autarcas eleitos (vereadores, deputados municipais, presidentes de Junta de Freguesia e membros de Assembleias de Freguesia), o “silêncio” é absoluto, como se os mesmos não existissem -e isto é transversal a formações partidárias de todo o espectro político, sejam de direita ou de esquerda.

Assim, cada vez mais defendo os meios de comunicação social locais e regionais, aliás mais lidos, ouvidos e vistos pelas populações das suas áreas de abrangência, pois estes dão-lhes notícias das suas “terras” e regiões, o que não fazem os de âmbito nacional.

Com estas breves “linhas” pretendo homenagear o verdadeiro serviço público prestado por tais órgãos de comunicação e seus “carolas”, que, “contraventos e marés”, pugnam diariamente por os manter, quantas vezes a expensas dos seus proprietários, editores e colaboradores que neles “escrevem” gratuitamente, o que por todos faço no nosso O Notícias de Almeirim e seu Coordenador Eduardo Milheiro.

Para terminar, aqui expresso os meus sinceros votos de feliz Natal pleno de saúde para todos os leitores e colaboradores deste jornal, bem como desejo que o novo ano de 2022 lhes proporcione tudo quanto de bom desejarem.

Até para o ano se Deus quiser!

Francisco Garcia dos Santos

Advogado e membro da Assembleia Municipal de Lisboa

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