MOITA FLORES ACUSA DE BRONCOS, ESTÚPIDOS, IGNORANTES, QUEM?
10-10-2010 - Andrade da Silva
O muito ilustre professor catedrático Moita Flores, refere-se assim, no Correio da Manhã de 5 de Outubro, aos "monstros" que dizem que aqueles funcionários de Salazar,denominados Presidentes da República não o foram e, de facto ,não o foram a nenhum título,como procurarei demonstrar ,sem paixão ou qb desta, mas com a razão e o ideal republicanos
Se o professor fosse mais diligente e inteligente,logo veria que nem a tal constituição de 1933 define Portugal como uma república, mas sim, como um estado independente .Na de 1976. o estado Português é definido como uma República.
A República Portuguesa foi implantada pelos republicanos portugueses com um dado ideário: um governo do povo,para o povo e com o povo: ESTA É A REPÚBLICA PORTUGUESA ,de acordo com os seus fundadores, que vão ser perseguidos pelo Salazarismo/fascismo, que não respeita a matriz politica ideológica republicana portuguesa, muito alimentada na Revolução Francesa.Logo a legitimação da 1º República denuncia que o golpe do 28 Maio pouco ou nada terá a ver com o ideal republicano.
Também não são Presidentes da República, porque mesmo à luz da Constituição de 1933,teriam de SER ELEITOS PELA NAÇÃO, e não o foram, são usurpadores. A Nação é:
"do latim natio, de natus (nascido), é uma comunidade estável,historicamente constituída por vontade própria de um agregado de indivíduos , com base num território , numa língua , e com aspirações materiais e espirituais comuns." só a definição de cidadão do artigo 4º da actual Constituição cumpre este desidrato, logo, sendo o chefe do Estado Novo/fascista, nomeado por Salazar, como todos sabem, e referendado por parte do povo, em eleições fraudulentas, aqueles "grandes funcionários" do fascismo nunca poderiam ter sido Presidentes da República, evidencia total, mas sim "grandes funcionários" do salazarismo/fascismo para desempenharem a função de Chefes do Estado Novo/fascista,e. nesta dimensão histórica,social e politica, existiram, ou seja,como "grandes funcionários" do fascismo, nomeados por Salazar, para apoiarem Salazar e o perpetuarem no poder, contra a Nação, logo a República, e tinham de o fazer de um modo submisso e acrítico. Logo que criticavam era um vento que lhes dava, como aconteceu com Craveiro Lopes. Um diferente,dos demais "Grandes funcionários" de Salazar.
E ainda pela matriz ideológica e politica, se a lógica não é uma batata, então, como entender que os Republicanos, com raiz histórica, consubstanciada numa longa prática,levassem cacetada,quando queriam comemorar a república, isto é, os Republicanos-os fundadores da República -foram perseguidos, os monárquicos protegidos,e até vieram em socorro de Salazar , aquando do golpe de Botelho Moniz, por outro lado, também o salazarismo ilegalizou centros republicanos,incluindo a maçonaria, uma organização republicana,então, sem mácula etc,logo....
E, como entender ainda que, alguma vez, esses concidadãos possam ter sido Presidentes da República com a capacidade de demitirem Salazar, se Américo Tomás recebe os conspiradores do Golpe Botelho Moniz,que a ele se dirigem com Craveiro Lopes,e a única coisa que esse suposto Presidente da República é capaz de fazer, é comunicar ao caudilho civil do dito estado novo-Salazar-a trama, para que seja Salazar a abortar o golpe, demitindo de Ministro do Exército Botelho Moniz, que bem mereceu, por ser lento e cometer disparates de recruta,logo....
Ainda o ilustre professor faz um apelo a uma plêiade de historiadores livres, cultos,corajosos para se lançarem na produção de uma história Nacional, não de escribas e prostituída, também faço esse apelo, há anos, na esperança que Moita flores não se inclua, ou seja incluído nesse grupo, e que, sobretudo, ele e outros tais não façam a história apócrifa do 25 de Abril,como, por certo, aconteceria consigo,que quando,por exemplo, diz que ninguém poderá falar do 25 de Abril sem falar de Mário Soares, Melo Antunes,Spinola, Cunhal e Otelo,(e quanto se tinha de falar destes e de que modos?) Moita Flores esquece-se de Vasco Gonçalves, com uma importância a anos Luz de Otelo no PREC,em que Otelo, para além de ir dormir nos momentos cruciais: 11 Março e 25 Novembro 75, muito pouco terá feito, but... coisas...
Obviamente, que seria um crime,uma estupidez apagar a história,mas é um imperativo categórico (será que Moita Flores sabe o que é) denominar cada período da história com os seus significados e significantes adequados, para evitar a corrupção do regime republicano, e respeitar os heróis e os mártires que são cidadãos épicos, que se libertaram da lei da morte, e nada têm a ver com estes burocratas de sempre.
Louvo-me no comportamento épico de Machado Santos e dos republicanos que o acompanharam,na Rotunda,por sinal, mais da Carbonária; em Salgueiro Maia e no Povo de Abril, no meu caso, no dia 25 de Abril 74,sobretudo, no do Pragal/Almada que nos alimentou entre 25 e 27 de Abril e no do Pragal a Vendas Novas que nos vitoriou,e, depois, em todo o povo-povo.
A petulância do sr. DOUTOR MOITA Flores é simplesmente pó da história, preguiça intelectual, um défice elevado em inteligência fluída, pensamento inovador e multi-dimensional e baixa interacção sináptica, ou outras coisas...enfim... passará....
Apesar da luta desigual , para que conste aqui deixo testemunho que os vampiros e os coiotes apagarão,mas fica de pé o Argumento que é luta e é do cidadão e não de nenhum partido.
Concidadãos!
Andrade da Silva
Voltar |