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A Democracia é uma chatice

11-06-2021 - Francisco Pereira

A Democracia é uma chatice. Para muitos “democratas” de pacotilha, essa é uma insofismável verdade à qual estão agarrados desde sempre, não nos actos públicos, nesses não, nesses actos são irrepreensíveis democratas que alardeiam pergaminhos libertários e progressistas, que na verdade não possuem, com a subtileza manhosa dos velhacos ronceiros, a sua falta de cultura democrática afirma-se nos pequenos nadas, como seja a perseguição obsessiva aquilo que consideram ser um delito de opinião, por outras palavras, ai de quem ouse, exprimir uma qualquer opinião contrária, um singelo comentário e ou um questionar, qualquer desses actos é encarado por esses “democratas” com um grave delito, um delito de opinião, que urge severamente sancionar, convive-se mal com a Democracia.

Recordo as histórias que contam os mais velhos, sobre como era, exprimir opiniões contrárias à “situação” no tempo do antigamente, no tempo do Oliveira de Santa Comba, os bufos e os pides, perseguiam qual matilha raivosa, quem ousava acometer contra a sacrossanta ordem estabelecida, pior, nas parvónias provincianas, ai de quem tivesse a veleidade de se queixar de um qualquer senhor, ou de um qualquer poderoso cacique, não várias foram as vezes que os temerários queixosos foram zurzidos à coronhada pelas matilhas policiais que obedeciam à voz do dono, ou por esbirros escolhidos que à socapa e à revelia de qualquer conceito de legalidade, assestavam os varapaus no lombo do prevaricador sem dó e sem seguramente piedade alguma, o delito de opinião era punido sem apelo nem agravo.

Quase 50 anos depois de ter caído a cadeira da opressão, de ser ter instalado uma tal de Democracia, o delito de opinião continua a ser um crime de quase lesa majestade, não pensem os mais desatentos que podem expressar livremente opiniões contrárias, tecer comentários discordantes e ou questionar as novas luminárias do poder, os novos “democratas”, muitos deles que até, pasmem-se, usam cravo vermelho na lapela, e nos «vinte e cinco de abris» gostam de fingir pompa, desfraldando bandeiras ao som do hino, proferindo discursos entusiastas, esses novos caciques e regedores, encapotados pelo fato de “democrata” valem-se da santa ignorância do povaréu para à socapa continuarem com os mesmos métodos pérfidos dos seus homónimos do antanho, perseguir os que lhes ousam colocar entraves, continua-se nesta tal Democracia a pagar caro o delito de opinião.

Os mais inteligentes, há muito que se deixaram de insistir, aprenderam a calar, outros os patetas, onde infelizmente, me incluo, continuamos a não nos dar por vencidos, e que custos isso acarreta, essa rebeldia, essa não aceitação de pertença a um rebanho de pacíficas ovelhas, que balem apenas quando lhes é permitido e sempre de acordo com o guião estabelecido, trama-nos, somos achincalhados, preteridos, tentam vergar-nos, uns não aguentam, fartos de se verem preteridos nas promoções profissionais, relegados para o fim porque primeiro estão os amigos e as clientelas, só para vos dar um exemplo um amigo de um desses “democratas” daqueles amigos que pertence ao partido, que anda de bandeira nos comícios e arruadas de campanha, que nas redes sociais é o primeiro a elogiar e o primeiro a defender o “democrata”, progride muito mais depressa, é promovido mais depressa e até consegue uns suplementos ao salário e ou um lugar de “tacho”, coisas que por exemplo um tipo como eu, que continuo a ter consciência, ética e verticalidade, nunca terá.

Com quase 50 anos de regime alegadamente democrático, continuamos a constatar que a Democracia, para alguns “democratas” é uma chatice. Estes “democratas” gostam de se rodear de matilhas de dóceis sabujos, que não se lhes opõem nem lhes fazem frente, uma espécie de “cães de loiça” políticos, que apenas abanam a cabeça sob indicação, sempre gratos pelo pedaço que recebem, os “democratas” gostam de brilhar, gostam de ser o centro do seu Mundo narcisista, no fundo sonham ser pequenos “reis Sol”, odeiam que lhes façam sombra e muito menos gostam de gente opiniosa, de facto neste nosso Portugalete a Democracia é uma chatice,

Francisco Pereira

 

 

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