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SAIA UM FARDO DE PALHA PARA O COISO!

26-02-2021 - José Janeiro

Foi notícia que o deputado Ascenso Simões do PS defende (não se riam porque é muito serio) a demolição do Padrão dos Descobrimentos. Esse mesmo, aquele que se encontra junto á Torre de Belém e em frente aos Jerónimos. Mostro de seguida a correspondência trocada com, como lhe chamar, não encontro classificação possível, fiquemo-nos pelo coiso. Não sei se sabem mas é possível contactar com os ditos eleitos, sim foram vocês que elegeram este coiso, via email do parlamento, no caso do coiso é Ascenso.Simoes@ps.parlamento.pt , caso estejam interessados em dizer-lhe o quanto é idiota.

Vejamos a conversa:

Incredulamente enviei este email:

“Será verdade? https://observador.pt/2021/02/19/deputado-do-ps-defende-demolicao-do-padrao-dos-descobrimentos/ , isto é inacreditável, só pode ser coisa de néscio. Nojo.”

Respondeu-me:

“Recebi o seu mail que agradeço.

Peço que se questione sobre as razões que levaram o salazarismo a não colocar no padrão os reis D João II e D Manuel, ter eleito Afonso V que abandonou o reino para ir combater na terra santa e, em especial, a integração de Fernão Magalhães, aquele que rejeitado pela corte portuguesa, teve que se fazer ao mar ao serviço do rei de Espanha. O Padrão é a eleição de Henrique, que morreu em 1460, como o grande descobridor. Inventaram a Escola de Sagres que nunca existiu e fizeram o Duque de Viseu, o tal que deixou o irmão em Tânger e industrializou a escravatura, o grande símbolo dos chamados descobrimentos.

Melhores cumprimentos.”

Não acreditando no que li respondo:

“Oh meu caro, mas que raio de justificação é essa? Mas desde quando isso é argumento? Nesse contexto tem que se destruir tudo o que o Estado Novo construiu, porque haverá sempre um qualquer argumento retorcido para o justificar. Sinceramente essa ideia peregrina não tem nem pés nem cabeça. Eu tenho muito orgulho na história do meu país com as virtudes e defeitos porque o homem enquanto ser é sempre imperfeito. A história tem que ser olhada com os olhos do momento em que aconteceu e o que era o sentir da época e não o que existe como valores do séc. XXI. Nesse caso vá mais atrás e destrua o aqueduto das águas livres porque os romanos foram pouco recomendáveis enquanto povo conquistador. Cada vez que leio estas aberrações lembro-me de duas coisas: ou são produzidas na retrete e tem o mesmo valor da matéria ali descarregada, ou então são produzidas sob substâncias pouco lícitas e que toldam o juízo de quem as produz. Contínuo a dizer: é nojento o que diz.”

Eis o que o coiso diz logo de seguida:

“Passe bem! Tentei ter uma conversa civilizada com um incivilizado.”

Não me fico e termino a conversa dizendo:

“Incivilizado? Desde quando o que refere equivale a civilização? Não. Equivale a destruição da civilização, não confunda conceitos. Na verdade o que diz só pode encontrar justificação numa mente doentia.”

A visão distorcida do coisinho Ascenso Simões, sobre os factos históricos é hilariante para não dizer absurda, senão vejamos: o coiso nem sabe que o Duque de Viseu é na realidade o Infante D. Henrique e o coiso desconhece que o dito Infante Santo se encontra representado no Padrão, o coiso não entende que o Padrão pretende homenagear a história e epopeia dos descobrimentos, fazendo parte integrante do conjunto arquitetónico da praça que comporta os marcos importantes sobre o tema: Jerónimos e Torre de Belém, o coiso não entende que o Padrão foi erigido inicialmente, 1940, para a Exposição do Mundo Português, “mundo” esse que não é de origem Salazarenta mas um “mundo” com quase meio milénio de anos, na época da exposição. Só mais tarde o monumento, por volta de 1960 adquire a sua forma actual. O coiso desconhece que o monumento pretende imortalizar uma época de ouro da história portuguesa que permitiu conhecer o mundo como ele é hoje. É este tipo de memoria gráfica e grandiosa que o coiso quer apagar. E que tal, também devemos destruir o restante edificado evocativo das descobertas?

Um povo sem história é um povo sem identidade. Um povo que renega a sua história tentando vare-la para demais de um tapete sob a égide de uma qualquer modernidade absurda está a querer relegar para um plano de desprestígio o sentimento comum que como cimento nos deve unir. É esta destruição que o coiso pretende sob a capa de uma cegueira ideológica de extrema-esquerda trauliteira que renega valores e cultura que não sejam a deles, procurando criar uma geração amorfa e pouco orgulhosa da sua identidade e logo mais controlável.

Este coisinho quer que passados 500 anos, os actuais portugueses sejam responsabilizados pelo facto de terem estabelecido a génese civilizacional tal como hoje a conhecemos. Este coisinho a par dos outros coisos que em crise identitária insultam e quem os acolhe ou aos seus compatriotas a coberto de uma culpa que não têm e que são movidos por sentimentos tortuosos de teorias de culpabilização e por queixumes de supostos descendentes daqueles que foram tratados de forma diferente pela história. Recuso-me a “embarcar” nesta teoria.

Atacar monumentos, estatuas e documentos históricos é típico de mentes retorcidas que procuram justificar a suprema ignorância e pequenez em que a vida deles se transformou.

Os descobrimentos, com os seus defeitos e virtudes foram o ponto alto de um avanço civilizacional que só em 1969 foram repetidos enquanto epopeia, quando o homem pisou a lua, são dois marcos na história mundial que cortaram com o que era o conhecimento de então. Também a ida á lua só foi possível com os avanços Nazis da segunda guerra mundial no campo da ciência militar, devemos assim também destruir todos os monumentos que possam glorificar esse feito? E o motor a jato criado por Hans Von Ohain sob a égide do regime Nazi, também se deve retirar dos actuais aviões?

Na mente distorcida do coiso talvez se deva ir mais atrás e retirar as estátuas dos reis que conquistaram o país aos mouros, ou mesmo a menção a Camões, por ter sido um rufia que escreveu a epopeia dos descobrimentos, porque para ele, o coiso, o país não tem 900 anos, mas sim 46 terá nascido em 1974. E devemos substituir essas estátuas por quem? Pelo Sócrates? Ou pela Ana Gomes, com a foice e o martelo do MRPP? Ou será pelo Camilo Mortágua assaltante e assassino? E que tal o Mário Soares ir para o lugar de Camões nos Jerónimos? Afinal quais são os valores deste coisinho?

Quando pensamos que atingimos o limite superior da estupidez, eis que o limite é empurrado para mais além, por um qualquer acéfalo que quer ser conhecido como o bronco supremo.

José Janeiro

 

 

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