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ATREVIMENTO

19-02-2021 - Henrique Pratas

No dia de ontem o representante da Confederação da Hotelaria à saída da Casa Presidencial em Belém, ou da residência oficial do Primeiro-Ministro, produziu afirmações que a meu ver não as devia ter feito, porque para se produzirem afirmações como ele as fez tem que se estar devidamente fundamentado ou então o intuito é desestabilizar mais ainda este País.

Para já atrevo-me a escrever que não deviam existir tantas Confederações e Ordens Profissionais, porque no meu entendimento, este País fica cheio de “coutadas” onde só alguns têm entrada e cria-se um clima de feudos dignos do antigo regime onde os privilégios de algumas Ordens, em obediência os ditames do Governo em vigor obtinha para si todas a prerrogativas, e agora afigura-se-me que pretendemos entrar pelo mesmo caminho o que a meu ver não é de todo correto e desejável, porque se criou uma sociedade aberta que supostamente deveria abranger todos os cidadãos, mas não assistimos todos os dias à criação de feudos cooperativistas.

Então a palavra do “rapaz”, a mando de alguém e representando os Hoteleiros deste País, disse qualquer coisa como isto, “ O país não pode continuar no estado de emergência sob pena de a sustentabilidade da Segurança Social ser colocada em causa.”, queria ele dizer que os trabalhadores teriam que trabalhar mais anos para poderem ir para a reforma.

Ora chegados a este ponto será que o digno representante não sabe que durante este período de tempo em que dura a pandemia já faleceram mais pessoas que numa Guerra Colonial, sem sentido nenhum, que durou desde 1961 até 1974 e continuam todos os dias a morrer pessoas, será que o seu intuito é apenas ficar ele e os seus mandantes no País o gozar o que restar dele?

Será que ele se esqueceu que muitos dos que faleceram deixaram de receber as suas pensões, logo a Segurança Social tem uma redução no pagamento das pensões e concomitantemente não tem que realizar o cálculo baseado na esperança média de vida para saber quanto deverá ter nos seus cofres para poder pagar as pensões, será possível, não conhece esta realidade, ou as declarações produzidas foram feitas com negligência, má-fé e dolo, é que se assim foi ele poderá ser processado e responsabilizado pelas informações erradas que produziu, ou será que o mesmo conhecendo o estado em que a Justiça se encontra neste País se arroga ao direito de dizer as baboseiras todas que lhe passam pela cabeça porque já sabe que nada lhe acontece?

A cambada que ele representa amealhou durante anos e anos a fio quantidades enormes de dinheiro, não esperavam que uma coisa destas acontecesse e o como o negócio estava a dar foi um abrir de Hotéis sem qualquer tipo de critério, criando-se uma oferta muito superior do que a procura onde o alvo preferencial foram os estrangeiros que como todos nós sabemos têm um poder de compra muito maior que os portugueses, os Hotéis não foram construídos para consumo interno, foram-no sim para consumo externo, só que lamentavelmente aconteceu um facto que eles não esperavam nem podem sequer controlar, que é o COVID-19 e agora aqui d’el rei quem me acode. Volto a escrever então o que é que fizeram à riqueza acumulada durante vários anos, compraram grandes vivendas, grandes carros e fizeram uma vida à larga, quando deveriam, na minha opinião ter reinvestido os lucros que obtiveram nas suas empresas, não o fizeram, desbarataram-no agora aguentem-se, porque em primeiríssimo lugar está a saúde das PESSOAS.

Faço um outro comentário, dão-se ao luxo de pagar mal e porcamente aos seus funcionários, alguns só exercem as suas funções durante os períodos mais fortes em termos de turísticos, que normalmente é o período que vai de maio a setembro de cada ano, pagam-lhes pouco mais que o salário mínimo nacional e agora vem colocar em causa a sustentabilidade da segurança social a despropósito? Será que o decoro já não existe e querem fazer dos restantes cidadãos portugueses, que não auferem rendimentos do trabalho que lhes permita usufruir dos serviços prestados, para gozo de férias ou lazer, e vêm com esta conversa da treta.

Por fim convém recordar que atividade turística não é uma atividade produtiva de uma economia é apenas como todos sabem uma atividade que permite a alguns ganharem dinheiro, mas que não cria riqueza para o nosso País, um País é tão mais forte economicamente quanto maior for o peso e a rentabilidade dos setores industriais, agrícolas e das pescas, o turismo é apenas uma prestação de serviços que não constitui um pilar de uma economia. Aliás se algum dos Países enveredar por esta via terá sempre uma economia muito dependente dos outros e com um espaço de manobra muito restrito.

Henrique Pratas

 

 

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