NUMERO SEIS
Seis homens que travam combate
E que à noite, anseiam pela vitória Com seis sinos tocando a rebate
A qual dos seis, caberá a glória!
Seis vezes canta o galo no poleiro
Outras seis ao serão um trovador Uiva o lobo seis vezes num outeiro Seis vezes se arrepende um pecador.
Seis papoilas vermelhas perdidas
Pétalas caídas num campo qualquer
Seis, ou 6 mil, promessas não cumpridas
Seis paixões num coração de mulher.
Seis espigas de trigo bem doiradas
Dos campos rasos do Alentejo, são seis Seis sementes maduras e vingadas
De suor regado, o pão que hoje comeis.
Quatro vezes seis, vinte e quatro horas
Que percorrem o relógio o dia inteiro
Seis, são as vezes que à noite choras Quando te confessas ao travesseiro.
Duas vezes, são seis, os meses dos anos Dez vezes seis, os minutos de uma hora Seis vezes tive dos sonhos desenganos Outras seis, vivi seis em cada aurora.
Seis inocentes crianças de seis países
Que não sabem de credos nem de medos
Não entendem de Línguas, e são felizes Apenas por partilharem seis brinquedos.
Pretas, amarelas, brancas, todas seis
De país ou raça, não sabem a definição
São simples, como as suas regras e leis
Seis anjos, que nada sabem de religião.
Seis príncipes dos sonhos de donzelas
Esses que serão sempre amores fieis
E que à noite adormecem com elas
A qual deles caberá o numero seis?
João Chamiço Almeirim, 2001-08-06
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