Os tragalhadanças
19-09-2014 - Francisco Pereira
O novo caso de trafulhice banqueira não cessa de nos espantar. E por mera curiosidade lá apareceu o nome do senhor Silva, novamente enrodilhado na teia das trapaças costumeiras da elite com doações do chefe da quadrilha para a campanha politiqueira do senhor Silva.
Uns dias antes do banco BES estoirar, qual balão de ar quente, sua Excelência o senhor Presidente da República aparecia na televisão de boca cheia, não de migalhas de bolo-rei, mas de hossanas e loas a propósito da solidez do BES, acto continuo, Sua Excelência que é tão contido com temas realmente importantes, lá se mostrou novamente que afinal gosta é de armar ao pingarelho e o resultado das suas fanfarronices foi mais um tiro no pé, pois nem duas semanas passadas sobre as bojardas presidenciais e o BES caía para não mais se levantar, ora quanto à credibilidade do senhor Presidente estamos conversados.
Ao contrário de outros comentários que ouvimos, acreditamos que Sua Excelência, não tem nada que se pronunciar sobre a solidez dos bancos privados, como muito bem disse Sua Excelência, o seu cargo não dispõe de “ministérios”, “serviços de execução política”, nem “serviços de fiscalização ou investigação” para conseguir informação, o que deveria significar que qualquer presidente deve ser muito ponderado antes de abrir a bocarra e meter a pata na poça. Ademais num assunto cuja intervenção de um Presidente não deverá ser sequer objecto de cogitação, pois um Presidente não deve ceder ao papel pateta de relações públicas de um banco privado, mesmo que tenha sido o dono desse banco a contribuir tão generosamente para a compra de canetas e bandeiras para oferecer na campanha eleitoral, é demasiado sórdido e patético e bem sintomático do estado deste país.
No meio disto tudo Sua Excelência fez o que faz de melhor, sacudiu água do capote, atirou para as costas do Coelho, que pela voz do seu papagaio de serviço se veio desculpar com as informações recebidas pelo Governador do banco de Portugal, sacudindo a água para o capote do senhor Carlos Costa actual detentor do cargo. Está bem de ver que com esta tropa fandanga nunca sairemos deste atoleiro. Uma corja de tragalhadanças que mercê dos muitos rabos-de-palha e falhos que são em qualidades que se consideram essenciais, fingem que governam, mais não fazendo que parolices, mas das caras.
Francisco Pereira
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