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SER NEGRO É UM CASO CLÍNICO

12-06-2020 - Rabim Saize Chiria

Tudo começou nas ditas viagens de descoberta, onde o africano foi vítima de colonização europeia. Os europeus conheceram outros povos, em particular os africanos, que foram mensurados e julgados em comparação com a cultura ocidental. Por este motivo, houve uma série de filosofias baratas que se esforçaram por manchar e denigrir a personalidade dos negros no mundo.

No campo filosofico: Voltaire um filosofo Francês acreditava ilusoriamente que o povo mais elevado é o francês e mais baixo é o negro africano; Rousseau acreditava estupidamente que o negro africano é selvagem, mas é bom selvagem; David Hume (um desgraçado Inglês), disse o seguinte: eu tenho uma suspeita que os negros são por natureza inferiores aos brancos; Montesquieu (outro mendigo intelectual da França), estava ciente de que o negro não tem alma, por isso não tem leis. Se não tem leis, então é selvagem. Morgan (um carenciado americano), sustentava que a África é uma sociedade morta, isto significa que os africanos, enquanto vivem são defuntos;

Hegel (um demente alemão), em suas lições sobre a filosofia do direito, afirma que os africanos são povos sem história, e por consequência desprovidos de humanidade, ele apelida os negros africanos de bárbaros, selvagens, animais ferozes e primitivos, aliás, o negro para Hegel é uma criança em corpo adulto; Já Kant ( um santo mascarado), conterrâneo de Hegel, estava resoluto que os negros africanos são povos sem interesse: entre centenas e milhares de negros não houve nem um se quer que mostrasse algo grande na matéria de ciência ou arte, logo esta diferença é tão grande na capacidade mental e na cor.

Foram essas filosofias imundas que deixaram marcas na historia da humanidade e diagnosticaram o homem negro como um caso clínico. Na sobra dessas filosofias, a personalidade e a autoestima do negro foram destruídas, ressequidas e queimadas pelo vento quente e racista do ocidente. Pelo contrário, as mesmas filosofias são combustiveis para avivar a supermacia do branco. Pois, até hoje, o branco, independentemente da sua capacidade cognitiva, ele, pensa que é superior ao negro. Basta ter pele branca para tratar o negro como instrumento e objecto de sua felicidade.

Portanto, o problema do racismo no mundo não é um problema político, económico e nem ideológico, mas sim, histórico e pedagógico. Cabe ao negro, vítima e possessor das luzes intelectivas ensinar ao branco que ele é equivalente ao negro. Ou melhor, a raça branca e a raça negra, ambas são iguais. Justifico: o negro só tem a pele negra, mas o sangue é vermelho e corre nas veias, a demais, o negro tem orgulho de ser negro, porque não é um castigo da natureza e muito menos de Deus. O branco só tem a pele branca, mas o sangue é vermelho e corre nas veias. Assim, eu acredito que o branco tem orgulho de ser branco pelas mesmas causas.

Os princípios que regem a vida dos homens são mesmos, com tudo, os mesmos princípios de vida e crescimento dos homens não produzem os mesmos efeitos, isto é, não dão o mesmo crescimento, ou seja, não dão o mesmo desenvolvimento físico aos homens. Razão pela qual, temos homens de pele branca e homens de pele negra, homens altos e baixinhos, porém, todos são homens iguais, visto que os princípios que os regem são iguais, pois, o resto são acidentes. Todos os homens tem os mesmos deveres na conservação da vida, por isso, ninguém deve tirar a vida do outro por causa de um maço de cigarro ou garrafa de vilho, independentemente do facto concreto, ao qual a situação está vinculada, a vida tem um valor em si.

Rabim Saize Chiria

Licenciado em Filosofia Pela Universidade Eduardo Mondlane; Moçambique

 

 

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