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Genro de Cavaco apoia António Costa

11-07-2014 - Rita Tavares

"É um político da Champions", disse Montez, que apareceu numa acção de campanha do candidato às primárias do PS.

A sessão pública de António Costa, ontem em Lisboa, chegou a estar marcada para um restaurante mais pequeno, mas acabou por ser feita no Mercado da Ribeira "devido ao número de inscrições", adiantou a candidatura. A ideia era reunir os apoios na área da cultura (mais de uma centena marcaram presença). A esmagadora maioria eram previsíveis e até esperados. Um deles menos: Luís Montez.

É empresário na área dos espectáculos (dono da promotora Música no Coração), mas é outra a referência que torna curioso este apoio público: Montez é genro do Presidente da República. Aos jornalistas explicou que não estava ali "nessa qualidade. Estou aqui como cidadão". Não vai inscrever-se para votar nas primárias do PS - "não vou inscrever-me em nenhum partido" -, ainda assim deixou claro quem quer ver como primeiro-ministro: "Pela carreira que tem, por aquilo que tem feito enquanto presidente da Câmara de Lisboa, António Costa dá-me garantias de que é uma boa pessoa para mobilizar o país e para levar o barco para a frente. É um político da Champions League e não da distrital". E ainda rematou: "Temos homem para tomar conta disto".

Apesar de surpreender o apoio público numa iniciativa que se enquadra numa luta partidária (as primárias vão escolher o candidato do PS a primeiro-ministro), a admiração de Montez por Costa não é de hoje. Em 2010, numa entrevista ao "Expresso", revelou ter votado no socialista para a Câmara de Lisboa - "Voto em quem quero, ninguém me faz a cabeça"; "em Lisboa, votei Costa". Nessa altura, o empresário mostrou também desconforto com as ligações frequentes feitas entre o seu trabalho e o sogro Cavaco Silva e declarou: "Eu não faço política e o meu sogro não faz concertos."

No espaço do Mercado da Ribeira (recentemente renovado), estavam intelectuais e personalidades da área da cultura, alguns deles repetidos nestas iniciativas do PS numa outra era, a de Sócrates. Caso de António Mega Ferreira, ou de Isabel Alçada e Gabriela Canavilhas, que chegaram mesmo a estar à frente das pastas da Educação e da Cultura, respectivamente, no segundo governo de José Sócrates.

REGRESSO DO MINISTÉRIO

No executivo que se seguiu, o actual, a Cultura deixou de ter um ministério, passando a secretaria de Estado. Este foi precisamente um dos pontos mais assinalados no encontro de ontem nas intervenções anteriores à de António Costa (do académico e ensaísta Delfim Sardo e do encenador Tiago Rodrigues). O candidato às primárias do PS acabou por concordar, assumindo que "a Cultura precisa de um ministério, mas precisa de muito mais do que um ministério, precisa de uma visão". E Costa acrescentou mesmo que "a causa maior da crise que se vive é que deixámos de ser uma sociedade de valores para sermos uma sociedade de mercado".

Dirigindo-se a um auditório variado, o autarca ainda aproveitou para afirmar que a questão que se discute não é "interna do PS, mas uma questão do país e para o país". E apesar de manter a tónica do discurso no que mais agradava à plateia ali presente - "investir na cultura é investir na ciência e na sociedade do conhecimento" -, foi apelando à mobilização ou "multiplicação" de apoios: "Temos uma caminhada longa até às próximas legislativas. Não está apenas em causa uma escolha do PS, mas também do país e a preparação de um novo ciclo de governação", disse.

Entre os apoiantes que deram a cara nesta iniciativa estavam desde Nicolau Breyner a Lídia Jorge, passando por João Gil, Luís Represas, Inês de Medeiros, Virgílio Castelo ou a artista plástica Joana Vasconcelos. Mas a sessão partiu de uma petição que tem estado a correr e que ontem já reunia a assinatura de mais de 600 personalidades da área cultural e intelectual. A longa lista inclui nomes como António Vitorino d'Almeida, António Pedro Vasconcelos, Camané, Beatriz Batarda, Gisela João, Fernando Tordo, Kalu e Zé Pedro (dos Xutos & Pontapés). Otelo Saraiva de Carvalho é outro, dos signatários da petição que diz haver "medo, inquietação, desconfiança e desespero" na sociedade portuguesa, defendendo "António Costa para líder do PS e primeiro-ministro".

Publico.pt

 

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