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Ajustamento interrompido: país volta a ter défice externo

04-07-2014 - Dinheiro Vivo

O processo de "reequilíbrio externo" da economia portuguesa sofreu uma interrupção grave no início deste ano. O défice externo voltou a aparecer após vários trimestres, tendo atingido o valor de 1,4% do produto interno bruto (PIB), o pior registo desde meados de 2012, estava a crise no seu auge.

Depois de vários trimestres positivos, a economia como um todo (Estado, famílias, empresas e bancos) torna a ser dependente do exterior: o défice externo no primeiro trimestre foi de 1,4% indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE), no âmbito dos dados das contas nacionais por sector institucional.

O valor choca frontalmente com o discurso do Governo e da troika, que se congratulam com o sucesso do ajustamento em termos de contas externas. Não é bem o que está a acontecer.

O INE, que analisa os dados das médias móveis de quatro meses, indica que o principal problema está no comércio externo: Portugal exporta, mas é tão dependente das importações que acaba por neutralizar boa parte dos ganhos de competitividade.

A evolução desfavorável da capacidade de financiamento "deveu-se essencialmente à redução do Saldo Externo de Bens e Serviços", indica a autoridade estatística.

Em termos sectoriais, percebe-se que o agravamento da situação externa da economia está a ser provocado pelas empresas (cada vez mais deficitárias), pelos bancos e pelas famílias (cada vez menos excedentários).

Apenas o sector público é que contraria esta tendência, "refletindo sobretudo a diminuição da despesa com transferências de capital e remunerações" e, do lado da receita, o aumento de impostos sobre o rendimento e o património, refere o INE.

O país teve um défice externo residual (0,4% do PIB) há um ano, no primeiro trimestre de 2013, e desde então que conseguiu obter excedentes sucessivos. Esse caminho foi interrompido. As contas oficiais do primeiro trimestre mostram que se trata do pior défice externo em oito trimestres, superado apenas pelos 2,2% registados no segundo trimestre de 2012, estava a crise no seu auge.

O desequilíbrio significativo registado no início deste ano ameaça a meta para 2014 como um todo e contrasta com o excedente externo de 1,9% do PIB alcançado em 2013, fruto de excedentes trimestrais na casa de 1% a 3% nos três primeiros trimestres desse ano.

No Documento de Estratégia Orçamental (DEO) de final de abril, o Governo inscreveu como meta para 2014 uma posição externa positiva de 2,9%, marca que fica bem longe do défice de 1,4% hoje apurado pelo INE relativamente aos três primeiros meses.

 

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