O FMI deu "luz verde" para a tributação de 10% nos depósitos a prazo
18-10-2013 - Audrey Duperron
Segundo o jornal “L e Figaro”, o FMI tem a intenção de tributar a 10% os depósitos particulares dos cidadãos dos 15 países da zona do euro de forma a atenuar o problema da dívida. A ideia não é nova. Já em 2011, o Boston Consulting Group tinha considerado um imposto de 30% sobre todos os activos, sendo esta a única maneira de sair da crise do euro.
Steen Jakobsen, economista-chefe do Saxo Bank, entretanto estimou em Abril deste ano que os activos fiscais podem chegar a 10% e 15% .
O FMI refere ainda online e na sua revista “Monitor Fiscal", um estudo realizado pelo economista alemão Stefan Bach (página 27, Parte 2 "Tributar a nossa saída – ou entrada? – do problema"), que calculou que se em 2012 se puser em prática um imposto de 3,4% sobre as contas bancárias de alemães com depósitos superiores a 250 mil euros, é possível fazer face a 4% da dívida pública alemã, 100 bilhões de euros.
« A vantagem é que, se esse imposto é posto em prática antes das pessoas poderem fazer algo para impedir esta tributação e acreditarem no seu carácter único, ou seja, pontual, os investidores poderão até considerá-la justa. Um mal necessário para a redução da dívida pública para níveis de 2007 (para uma amostra de 15 países da zona euro seria necessária uma taxa de 10% sobre o património líquido positivo das famílias)» concluem os economistas do FMI.
De momento, são «propostas puramente teóricas», diz “Le Figaro”, perguntando-se se será possível resolver o problema da dívida com brandas soluções.
Para o site Monfinancier.com é apenas uma questão de tempo antes que os depositantes franceses sofram uma medida desse tipo . Lembrou ainda que as poupanças francesas totalizam 12.000 bilhões de euros, e especula que a tributação pode vir a ser dividida em várias pequenas percentagens anuais para que se torne mais aceitável. Infelizmente, esta não servirá para mais do que preencher o deficit, em vez de reduzir a dívida no Estado.
«Favorecer aqueles que não trabalham em comparação com aqueles que trabalham, aqueles que não se querem envolver com aqueles que assumem riscos e ainda aqueles que trabalham contra os que tentam anular o fruto do seu trabalho… quando tudo isto acabará? Um sistema que incentiva a preguiça, os subsídios, a recusa em arriscar e conduz à acumulação de despesa, é viável?» Questiona o site.
Audrey Duperron – Express.be
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