Seguro: "Lamento o que se está a passar. Transformaram uma vitória do PS numa derrota"
30-05-2014 - Lusa
Seguro falou pela primeira vez desde que António Costa se mostrou disponível para liderar o PS. Revelou que falará em primeira mão ao partido na Comissão Nacional, tendo lamentado que tenham transformado "uma vitória do Partido Socialista numa derrota".
O secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, disse esta quinta-feira, 29 de Maio, que falará em primeira mão ao partido na Comissão Nacional do próximo sábado e lamentou que se esteja a transformar "uma vitória do Partido Socialista numa derrota".
"Lamento o que se está a passar esta semana (...) Várias atitudes que foram tomadas transformaram uma vitória do Partido Socialista numa derrota, prejudicando o próprio Partido Socialista", afirmou António José Seguro, em Coimbra, em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia de doutoramento "honoris causa" do histórico socialista António Arnaut. O secretário-geral referia-se ao facto de António Costa ter afirmado na passada terça-feira, 27 de Maio, estar disponível para concorrer à liderança do partido.
"É manifesto que Portugal precisa de uma solução de Governo forte, que garanta a mudança que os portugueses exigem. Sinto que é meu dever corresponder àquilo que é o anseio que sinto ser da maioria dos socialistas e da maioria dos cidadãos que, não sendo socialistas, acham que posso - e tenho o dever de - dar um contributo ao País", declarou o presidente da Câmara de Lisboa na inauguração de um monumento a Maria José Nogueira Pinto, na Avenida Ribeira das Naus, em Lisboa, em declarações transmitidas pelas televisões nacionais na terça-feira.
Na sequência destas declarações, António José Seguro recusou-se a agendar um congresso extraordinário, obrigando António Costa a reunir os apoios necessários para que este órgão seja convocado.
Os dois responsáveis estiveram ontem reunidos na sede nacional do partido no Lago do Rato em Lisboa. Após uma hora e meia de conversa, António Costa manteve a sua "disponibilidade" para ser líder do partido e garantiu que apresentará a sua vontade na Comissão Nacional do próximo sábado.
"Se o secretário-geral não convocar o Congresso, apresentarei essa proposta na comissão nacional", afirmou António Costa à saída do encontro com António José Seguro.
Questionado sobre a posição transmitida pelo líder do PS, António Costa disse apenas: "O secretário-geral teve a amabilidade de me ouvir mas não me transmitiu a sua decisão".
O proponente a líder socialista sublinhou ter dito a Seguro que é "muito importante devolver a palavra aos militantes socialistas", assegurando ter revelado ao secretário-geral estar disponível para liderar o partido.
Consciente dos estatutos do PS, António Costa lembrou que caberá a Seguro "ponderar se toma ou não a iniciativa de convocar" um Congresso extraordinário. Mas assegura considerar "natural que haja Congresso. "E eu serei candidato nesse Congresso", rematou.
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