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Grupo BES precisa de 2745 milhões para tapar buracos

24-05-2014 - António Ribeiro Ferreira

Família perde controlo do banco e Ricardo Salgado deve entregar gestão executiva a independentes até final de Junho.

As contas são fáceis de fazer. A Espírito Santo Financial Group é obrigada a fazer uma provisão de 700 milhões de euros depois de uma auditoria externa da KPMG feita a pedido do Banco de Portugal. O BES está a fazer um aumento de capital de 1045 milhões e a holding Rio Forte, dos negócios não financeiros do grupo, vai ter um aumento de capital de mil milhões de euros, como revelou esta semana o presidente-executivo, Ricardo Salgado.

Tudo somado são 2745 milhões de euros, que o grupo terá de ir captar ao mercado nacional e internacional no mais curto prazo de tempo para evitar males maiores, incluindo ter de recorrer ao fundo de capitalização da banca, no valor de 12 mil milhões de euros, que a troika impôs ao governo português no Memorando de entendimento assinado em Maio de 2011. Deste fundo restam cerca de 6 milhões depois de o BCP, o BPI e o Banif terem recorrido aos apoios do Estado, que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, admite usar para reforçar a almofada financeira do Estado para este período pós-troika.

RICARDO SALGADO DE SAÍDA

Por outro lado, com o aumento de capital do BES a família Espírito Santo perde o controlo do banco e terá de entregar a gestão executiva a independentes. O próprio Ricardo Salgado, que completa 70 anos para o mês que vem, admitiu na entrevista desta semana ao "Jornal de Negócios" que a nova equipa dirigente será escolhida até final de Junho, sendo natural que assuma o lugar de chairman.

BCE LANÇA AVISO SÉRIO

As mudanças tornam-se ainda mais urgentes porque o BES é um dos bancos que vão ser sujeitos aos testes de stress do Banco Central Europeu. Ainda ontem, a responsável do BCE Sabine Lautenschläger avisou que os novos exames à banca europeia "têm de ser um êxito" para recuperar a confiança de mercados, investidores e clientes, e por isso serão mais exaustivos que todos os realizados anteriormente.

As entidades que tenham problemas de capital segundo estes testes de stress, cujos resultados serão conhecidos em Outubro, terão de tomar medidas correctivas através de "soluções de mercado" como retenção de benefícios ou venda de activos seleccionados, entre outras, adiantou. A estes bancos também se aplicarão restrições ao pagamento de dividendos. Serão ainda proibidos de pagar bónus e melhorarão os métodos de gestão de riscos com "recomendações claras". Avisos sérios a cinco meses dos tão esperados testes, que apanham o BES numa enorme tempestade.

Jornal i

 

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