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Ricardo Salgado assume responsabilidades na situação do grupo Espírito Santo

23-05-2014 - Lusa

O presidente do Banco espírito Santo, Ricardo Salgado, assumiu, numa entrevista hoje publicada, ter responsabilidades nos problemas financeiros que o grupo atravessa, e admitiu que os accionistas deveriam ter prestado mais atenção à parte financeira.

Numa entrevista hoje publicada pelo Jornal de Negócios, Ricardo Salgado afirmou que os problemas na Espírito Santo Internacional (ESI) tiveram como base uma menor atenção dada à área não financeira do grupo desde 2008, devido à crise que “bateu forte no grupo”.

O Banco de Portugal detectou irregularidades nas contas da ESI e concluiu, com base numa auditoria divulgada na quarta-feira, que a situação financeira é grave.

A conclusão do banco de Portugal consta do prospecto do aumento de capital do BES divulgado na CMVM, no qual é acrescentado que a 'holding' está num processo de reorganização.

Na entrevista hoje divulgada, Ricardo Salgado sublinha que “o grupo cometeu erros”.

“A crise bateu forte e bateu forte no grupo. As necessidades de concentração das nossas atenções e esforços no sector financeiro, principalmente a partir de 2008, levaram a uma maior atenção na área não financeira”, afirmou o líder do BES.

“Todos nós cometemos erros e eu assumo que o grupo cometeu erros, mas erros provocados pela nossa estrutura e organização no topo, à qual deveríamos ter prestado mais atenção”, acrescentou.

De acordo com Ricardo Salgado, embora a ESI seja a ‘holding’ de topo do grupo e onde se sentam os cinco principais accionistas, todos são da área financeira.

No entanto, “a necessidade de concentração e de tempo para dar a volta à crise levou a que não tivéssemos prestado atenção à nossa organização administrativa, financeira e contabilística no topo do grupo”, disse.

Segundo Ricardo Salgado, os problemas apanharam os accionistas “desprevenidos e despreparados” para a situação, devido à dispersão enorme de actividades e ‘holdings’ que o grupo tinha.

“Nunca ninguém nos disse que tínhamos de consolidar as ‘holdings’. O nosso responsável pela área dizia que só com 30% do capital a exigir a consolidação é que nós devíamos fazer a consolidação”, adiantou o fundador do BES, admitindo que os accionistas perceberam depois que não era assim e que “havia uma parte da dívida que estava mal contabilizada”.

Sublinhando que o grupo começou de imediato a fazer uma reestruturação, Ricardo Salgado garantiu que a análise das empresas mostrou “que o grupo é sustentável” e que “a dívida é sustentável”, mas que tinha de constituir uma provisão.

“Foi a Pricewaterhouse, como auditor, que propôs uma provisão de 600 milhões. O Banco de Portugal imediatamente ordenou uma auditoria à ES Internacional, uma auditoria especial à KPM. E A KPMG propõe uma provisão de 600 milhões”, lembrou.

“O que ficou decidido é que iríamos constituir uma provisão de 700 milhões. Então foi o grupo – já vi muitas vezes escrito que foi o Banco de Portugal – que decidiu que a provisão devia ser toda no ESFG [Espírito Santo Financial Group]”, referiu Ricardo Salgado.

O BES publicou na terça-feira à noite o prospecto do aumento de capital de até 1.045 milhões de euros, no âmbito do qual o banco vai emitir até 1.607 milhões de novas acções, ao preço de 0,65 euros cada uma.

Segundo o ESFG, a provisão extraordinária nas contas de 2013 foi feita devido à preocupação de que várias empresas não financeiras do grupo Espírito Santo, caso da Espírito Santo International, não tenham capacidade de reembolsar o papel comercial colocado junto de clientes do BES.

O prospecto do aumento de capital refere ainda que a Espírito Santo International tem "em marcha um programa de reorganização do seu grupo e de desalavancagem" para "reequilibrar a sua situação financeira" e "proceder ao reembolso do passivo".

PMC (IM) // JPS

 

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