Costa recusa aplicar Plano B (com mais austeridade) exigido por Bruxelas
11-03-2016 - N.A.
A Comissão Europeia e o governo de António Costa não se entendem quanto à necessidade de um plano B, com mais austeridade, para aplicar em Portugal. Se a UE acredita na sua necessidade, o primeiro-ministro diz que o seu plano B “é executar o plano A”.
Este braço-de-ferro entre o governo português e a Comissão Europeia (CE) obrigou o Comissário Europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, a fazer uma clarificação, esta terça-feira, depois de ter dito ontem que o plano B, com medidas adicionais, é mesmo para implementar.
Hoje, Moscovici veio notar que “não há qualquer alteração” na posição da CE, frisando a diferença entre “se” e “quando”. Ora, o Comissário quer evidenciar que o plano B é mesmo para aplicar, só falta saber quando, se já ou mais tarde.
António Costa discorda da ideia e entende que um plano B não será necessário.
“Nós divergimos da Comissão quanto à análise. Nós não identificamos os mesmos riscos, mas tomamos boa nota das recomendações da Comissão e, na postura construtiva que sempre temos tido, preparar-nos-emos para qualquer eventualidade, porque a nossa determinação de alcançar os objectivos previstos no orçamento é total”, salienta o primeiro-ministro, citado pela TSF.
O governo compromete-se a elaborar esse plano B, mas diz que não é para implementar, na certeza de que as coisas vão correr bem.
“O nosso compromisso é uma execução rigorosa do orçamento, de forma a diminuir os riscos e a reforçar a confiança. O nosso plano B é executar o plano A“, nota Costa.
“Não vemos qualquer razão para alterar o orçamento, não vemos qualquer razão para temer a nossa capacidade de dar uma boa execução ao orçamento”, acrescenta o primeiro-ministro.
Costa diz mesmo ter a certeza de que, na Primavera, aquando de nova apreciação da CE, “já tendo em conta dados da execução, aqueles que hoje vêem riscos estarão mais confortados“.
Este plano B será o assunto dominante da reunião que o governo português manterá com Moscovici, esta quinta-feira, em Lisboa, algo que o próprio Comissário Europeu confirmou depois de ter realçado que estas medidas adicionais “terão que ser implementadas”.
Voltar |