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Interrogatórios a Sócrates divulgados: “sou um pobre provinciano que andou na política uns anos”

11-03-2016 - N.A.

No primeiro interrogatório a José Sócrates, em novembro de 2014, o ex-primeiro-ministro reconheceu que pedia dinheiro emprestado ao amigo, mas já não sabia quanto devia e “não devolveu nada”. 

O Correio da Manhã divulgou esta terça-feira gravações de diversos interrogatórios e escutas de Carlos Alexandre a José Sócrates, que perante o juiz Carlos Alexandre e o procurador da República Rosário Teixeira foram confrontados, em interrogatórios separados, sobre os indícios criminais apurados pela investigação.

Desde o primeiro contacto com o juiz de instrução criminal, no interrogatório de 23 de novembro, Sócrates admitiu a dívida ao amigo, mas não a soube quantificar e garantiu desconhecer a origem da fortuna de Santos Silva.

“É assim. Ele é meu amigo e é um homem de posses. E eu sou um pobre provinciano que andou na política durante uns anos”, declarou o ex-primeiro-ministro. “Eu tenho pouco e sei que ele é um homem de posses e de vez em quando pedia-lhe dinheiro. Genericamente, é o que tenho a dizer”, concluiu.

“Dinheiro esse que devolveu?”, perguntou Carlos Alexandre. “Não, não. É que ainda não devolvi nada”, respondeu Sócrates.

“Não devolveu nada?”, insistiu o juiz, ao que Sócrates respondeu: “Algumas coisas fui devolvendo ao longo da vida, mas sei que tenho para com ele uma dívida, que procurarei pagar”.

“Mas se pudesse quantificar esses empréstimos, computaria isso mais ou menos em que termos?”, perguntou o juiz. “Pois, isso é muito difícil de dizer, mas eu tenho uma ideia… quer dizer”, hesitou Sócrates, sem conseguir explicar.

“Que ideia é que tenho. Grosso modo, sabe, ó senhor doutor, eu quero responder a tudo, não quero que fique nenhuma pergunta por responder. Eu posso dizer-lhe o seguinte: só fui confrontado com isso ontem. Preciso de tempo para ver“, defendeu-se.

Sócrates ultrapassou o plafond de 500 mil em 2014

Carlos Santos Silva quantifica em 510 mil euros os empréstimos que fez ao amigo José Sócrates, embora diga que tinha deitado fora os papéis que o demonstravam.

“Eu já tinha manifestado ao sr. engenheiro essa minha disponibilidade, de que até ao final de 2014 o podia ajudar com um montante dessa ordem de grandeza”, afirmou ao juiz Carlos Alexandre.

“500 mil. Até ao final de 2014. Já ultrapassou… já tenho registados 510 nos meus apontamentos”, afirmou, acrescentando em seguida que tinha destruído esses papéis.

As gravações reveladas pelo Correio da Manhã, com longos excertos transmitidos também na CMTV, mostram as ligações de Sócrates ao amigo Santos Silva, que o Ministério Público acredita ser o testa de ferro de um esquema que permitiu a Sócrates apropriar-se de 23 milhões de euros.

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