Parque Expo paga 100 mil euros a escritório de Mota Soares e Nobre Guedes
19-02-2016 - N.A.
A Parque Expo, presidida por um dirigente do CDS, assinou no ano passado contratos de assessoria jurídica no valor de 98 mil euros com o escritório de Nobre Guedes e Mota Soares. Em menos de cinco anos, a empresa gastou 3,9 milhões na aquisição de bens e serviços.
De acordo com o i, John Antunes, dirigente do CDS e presidente da Parque Expo nomeado por Assunção Cristas, adjudicou no ano passado dois contratos, por ajuste directo, de assessoria jurídica ao escritório Nobre Guedes, Mota Soares & Associados, dos dois ex-ministros centristas, por apenas três meses de trabalho.
O primeiro contrato foi assinado em Maio de 2015, no valor de 48 mil euros mais IVA, destinando-se a dois meses de assessoria. O segundo acordo, no valor de 50 mil euros mais IVA, foi assinado em Dezembro e publicado apenas no final de Janeiro deste ano, correspondendo a apenas um mês de assessoria.
John Antunes, que pertence ao Conselho Nacional do CDS, fez parte da comissão de honra da candidatura de Assunção Cristas por Leiria nas Legislativas de 2011. Após a tomada de posse do governo PSD/CDS, a então ministra do Mar nomeou John Antunes para presidente do conselho administração da Parque Expo 98, S.A., onde já antes exercia funções como director financeiro.
A nomeação surgiu depois de Cristas ter anunciado a liquidação da empresa até ao final de 2013. No entanto o processo foi-se arrastando e acabou várias vezes adiado.
Desde a aprovação do processo de liquidação, em Outubro de 2014, a Parque Expo gastou quase 700 mil euros em contratos de aquisição de bens e serviços, metade dos quais relativos a consultorias.
Além dos contratos com o escritório de Mota Soares e Nobre Guedes, o i revela que outros dois contratos fechados no ano passado, totalizando o valor de 97,5 mil euros, foram assinados com o Banco Big, onde John Antunes também exerceu cargos de direcção.
No entanto, se recuarmos a Agosto de 2011 – quando Assunção Cristas assumiu funções no Governo -, a empresa gastou 3,9 milhões na aquisição de bens e serviços.
Dos 103 processos que constam no portal Base dos contratos públicos, apenas 16 dizem respeito a concursos públicos.
O i questionou a comissão de liquidação da Parque Expo sobre possíveis favorecimentos, ao que foi respondido que a “Parque Expo cumpriu sempre a lei da contratação pública”, garantindo que não existe “fundamento para um alegado favorecimento em qualquer adjudicação”.
Voltar |