Centeno avisa que reversão das privatizações não está garantida
13-11-2013 - ZAP
Mário Centeno, responsável pelo programa eleitoral do Partido Socialista, defende que as privatizações serão analisadas e revertidas apenas nos casos em que a decisão não prejudique o Estado.
Em entrevista à RTP3, esta quarta-feira à noite, o responsável pelo programa económico socialista defende que governo do PS só anulará os concursos de concessão a privados das empresas públicas – como as dos transportes de Lisboa e Porto, previstas nos acordos assinados com o BE e a CDU – se isso não implicar graves custos para o Estado.
“Esse princípio político da reversão [das privatizações] será sempre sujeito a uma avaliação quanto aos danos patrimoniais e orçamentais que poderá ter para o Estado”, afirmou o economista, considerando contudo que tal não constitui um ponto de conflito com o PCP, com quem isso já está assumido.
No que toca ao caso da TAP, cuja venda foi aprovada esta manhã em Conselho de Ministros, Mário Centeno garante que “ninguém em Portugal sabe exactamente como o processo chegou a este ponto”. O socialista referiu que “a informação que existe é muito escassa”, sem no entanto fazer uma análise mais aprofundada sobre o que o PS deveria fazer em relação a esta pasta se vier a formar governo.
A reversão do processo de privatização da TAP ficou de fora dos acordos com o Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes, mas está no programa de um futuro governo PS, aprovado na comissão nacional deste sábado.
No entanto, o jornal i aponta que um futuro governo PS não está disposto a accionar os mecanismos para reverter o processo e a pagar os custos implicados em indemnizações aos novos donos da TAP.
Por fim, Mário Centeno garante que há condições para virar a página da austeridade, respeitando os compromissos assumidos com Bruxelas. Esta semana, em entrevista ao Financial Times, Mário Centeno tinha já afirmado que “ninguém de bom senso pode pensar em não pagar as dívidas que contraiu”.
ZAP
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