Volkswagen é a ponta do iceberg: há mais marcas a manipular testes

02-10-2015 - Zap

A Volkswagen não é a única marca da indústria automóvel que manipula os resultados dos testes de emissões de gases poluentes. Um estudo de uma empresa que trabalha com a Comissão Europeia apurou que Mercedes, BMW e Peugeot também o fazem.

Esta análise feita pela   Transport & Environment, que avalia anualmente estes dados, concluiu que a divergência entre os resultados dos testes de emissões de CO2 e a performance real é de   40%, conforme explica o coordenador do estudo, Greg Archer, à   TSF.

“A média da divergência entre os resultados oficiais e os resultados reais é muito grande. Em geral chega aos 40%. Nalgumas marcas como a   Mercedes, essa divergência ronda os 50%. Nalguns modelos desta marca, como os classe A, C e E,   o fosso chega aos 55%“, refere Greg Archer.

Dados que levam este responsável a considerar que o   escândalo da Volkswagen   “é só a ponta do iceberg”  e que existe “um abuso generalizado das fabricantes automóveis”.

“Acreditamos que mais fabricantes de automóveis instalaram equipamentos defeituosos e também achamos que esses equipamentos foram usados   noutras aplicações para além dos Diesel“, acrescenta Greg Archer.

No   relatório “Mind the Gap”, feito pela Transport & Environment, constata-se que a diferença entre os valores de CO2 contabilizados e aqueles que são anunciados pelas marcas fabricantes tem aumentado sucessivamente todos os anos.

De acordo com a análise, em   2008, a emissão de gases poluentes e o consumo de combustível em ambiente de condução real eram   8%  superiores aos que se verificavam nos testes de laboratório.

Essa diferença aumentou para   31%  em   2012  e em   2014  situou-se entre os 40% e os 45%.

Divergências que fazem com que os condutores gastem, em média,   mais 450 euros em combustível, todos os anos, do que aquilo que se esperaria, face aos resultados dos testes dos fabricantes.

DR Transport & Environment

Greg Archer considera que a Comissão Europeia tem que “criar novos regulamentos sobre como os carros devem ser testados” e “sensibilizar as autoridades nacionais a investigar se os veículos certificados estão em conformidade”.

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